quinta-feira, 22 de março de 2018

362ª Nota - A SEPARAÇÃO ENTRE A IGREJA E O ESTADO É UMA INJÚRIA FEITA A DEUS



Por isto não podemos, sem a mais viva angústia, ver que o governo francês acaba de praticar um ato que, exacerbando no terreno religioso paixões já excitadas de maneira sobejamente funesta, parece de molde a transtornar completamente o vosso país. Eis porque, lembrando-Nos do Nosso múnus apostólico e cônscio do imperioso dever que Nos incumbe de defender contra todo ataque e de manter na sua integridade absoluta os invioláveis e sagrados direitos da Igreja, em virtude da autoridade suprema que Deus Nos conferiu, e pelos motivos acima expostos, Nós reprovamos e condenamos a lei votada na França sobre a separação entre a Igreja e o Estado como uma lei profundamente injuriosa para com Deus, a Quem renega oficialmente, erigindo em princípio não reconhecer a República nenhum culto. Reprovamo-la e condenamo-la como violadora do direito natural, do direito das gentes e da fidelidade pública aos tratados; como contrária à constituição divina da Igreja, aos Seus direitos essenciais e à Sua liberdade; como postergando a justiça e calcando aos pés os direitos de propriedade que a Igreja adquiriu a títulos múltiplos e, ademais, em virtude da Concordata. Reprovamo-la e condenamo-la como gravemente ofensiva à dignidade desta Sé Apostólica, à Nossa pessoa, ao Episcopado, ao Clero e a todos os católicos franceses. (São Pio X, Encíclica "Vehementer Nos", de 11-II-1906).