segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

348ª Nota - Santo Tomás de Aquino confirma a posição sedevacantista


Santo Tomás de Aquino (1225-1274) é o maior de todos os doutores da Igreja. É chamado “Doutor Comum”, “Doutor Angélico” ou “Anjo da Escola”, em razão da excelência de sua doutrina. Foi exaltado frequentemente pelos Papas.
“Tomás, sozinho, iluminou mais a Igreja do que todos os outros doutores. Sua doutrina somente poderia ter vindo por uma ação milagrosa de Deus” (João XXII na bula de canonização).

Que nos ensina esse doutor quase tão infalível quanto o Papa? O Doutor Angélico é partidário da infalibilidade absoluta e permanente do Soberano Pontífice:
“A Igreja apostólica (de São Pedro), situada acima de todos os bispos, de todos os pastores, de todos os chefes da Igreja e dos fieis, permanece pura de todas as seduções e de todos os artifícios dos hereges em seus pontífices, em sua fé sempre inteira e na autoridade de Pedro. Enquanto as outras igrejas são desonradas pelos erros de certos hereges, somente Ela reina, apoiada sobre fundamentos inabaláveis, impondo silêncio e fechando a boca de todos os hereges; e nós (...), confessamos e pregamos em união com Ela a regra da verdade e da santa tradição apostólicas.” (Citação de São Cirilo de Alexandria por Santo Tomás de Aquino em sua “Catena Áurea”, em seu comentário sobre o Evangelho de São Mateus, XVI, 18.)

Apoiando-se sobre São Lucas, XXII, 32, o Doutor Comum ensina que a Igreja não pode errar, porque o Papa não pode errar, e, portanto, não pode promover o erro nem a heresia.
A Igreja universal não pode errar, pois Aquele que é ouvido em tudo por força de sua dignidade disse a Pedro, sobre a profissão de fé em que a Igreja é fundada: ‘Eu roguei por ti para que tu fé não vacile jamais’” (Suma Teológica, II-II, q. 1, a. 10).
“Uma vez que as coisas foram decididas pela autoridade da Igreja universal, quem se recusar obstinadamente a submeter-se a esta decisão, seria herege. Esta autoridade da Igreja reside principalmente no soberano Pontífice. Pois foi dito (Decreto XXIV, q. I. c. 1.2): ‘Todas às vezes que uma questão de fé é agitada, penso que todos nossos irmãos e todos nossos colegas no episcopado somente devem se remeter a Pedro, a saber, pela autoridade de seu nome e de sua glória’”.
Nem os Agostinhos, nem os Jerônimos, nem nenhum outro doutor defendeu sentimento contrário a sua autoridade. É por isso que São Jerônimo dizia ao Papa São Dâmaso (in expo. Symbol.): “Tal é a fé, Santíssimo Padre, que aprendemos na Igreja Católica: se em nossa exposição se encontrar alguma coisa pouco exata ou pouco segura, nós te rogamos que a corrija, tu que possuis a fé e a Sede de Pedro. Porém, se nossa confissão recebe a aprovação de vosso julgamento apostólico, quem quiser me acusar provará que é ignorante ou mal intencionado, ou que não é católico, e não provará que sou herege” (Suma Teológica, II-II. q. 11. a. 2).

“É necessário ater-se à sentença do Papa, a quem pertence o pronunciar-se sobre matéria de fé, muito mais que a opinião de todos os sábios” (Quaestiones quodlibetales q. 9 a 16).

No Salmo XXXIX, 10, está escrito: “Eu anuncie a Tua justiça na grande assembleia”. Eis o comentário de Santo Tomás: “O salmista falou ‘em grande assembleia’, isto é, na Igreja Católica, que é grande por seu poder e firmeza: ‘As portas do Inferno não prevalecerão contra ela’” (S. Mateus, XVI, 18)

Esta firmeza, a Igreja a deve em primeiro lugar à fé sem falha do Pontífice Romano como é explicado em um dos opúsculos do santo doutor: “A Igreja é Una, Santa, Católica e Firme. (...) Quarto: Ela é firme. Uma casa é firme: 1) quando suas fundações são sólidas. A verdadeira fundação da Igreja é Cristo (1 Coríntios, III, 2) e os doze apóstolos (Apocalipse, XXI, 14). Para sugerir a firmeza, Pedro é chamado de rocha. 2) A firmeza de uma casa se manifesta também quando não pode ser derrubada por uma sacudida. A Igreja não pode ser derrubada nem pelos perseguidores, nem pelas seduções do mundo, nem pelos hereges. Segundo São Mateus, XVI, 18, as ‘portas do inferno’ (= hereges) podem triunfar sobre tal ou qual igreja local, porém não contra a Igreja de Roma donde reside o Papa. É por esta razão que somente a Igreja de Pedro permanecerá sempre firme na fé. E enquanto que em outra parte a fé não está completa, ou melhor, mesclada com muitos erros, a Igreja de Pedro, ela, é forte na fé e pura de todo erro, o que não é surpreendente, visto que o Senhor disse a Pedro: ‘Eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça’” (Santo Tomás: Opuscula, opúsculo intitulado Expositio symboli apostolorum, passagem relativa ao artigo “Eu creio... na Igreja Católica” do Símbolo dos Apóstolos).

O ensinamento do Doutor Angélico, por conseguinte, pode se resumir assim: A fé do Papa é de uma firmeza absoluta e permanente. A doutrina do Doutor Angélico deve ser “tida religiosamente” (santa) por todos os professores de seminários (cânon: 1.366, § 2). A Igreja dá a entender por isto o quanto Ela julga necessário que os jovens seminaristas (que mais tarde formarão o baixo e alto cleros) sigam em tudo o Doutor Comum.

São Pio X dizia: “Afastar-se de Santo Tomás é se colocar em grave perigo” (Motu Proprio Sacrorum Antistitum, 1º de setembro de 1910).

Ademais: “Aqueles que se afastam de Santo Tomás são por causa disto levados a tal ponto que se arrancam da Igreja” (Carta Delata Nobis, 17 de novembro de 1907, dirigida ao padre Thomas Pègues).