segunda-feira, 17 de abril de 2017

300ª Nota - Ainda sobre a visibilidade da Igreja


“Jesus Cristo outorga ao Papa a imortalidade. O Papa morre... porém, notem que a imortalidade não é uma regra nem um privilégio pessoal. Sobrevive ao homem que desaparece... O Papa morreu. Viva o Papa!” (Monsenhor Gibier, A Igreja e sua obra, Vol. 4, 1905.)

A ausência de um Papa não significa que a Igreja cessou de existir ou que as portas do Inferno prevaleceram sobre ela, porque a instituição apostólica é perpétua e por natureza imortal. ISTO NÃO É UMA OPINIÃO, É A DOUTRINA CATÓLICA, DE SENTIDO COMUM.

Com efeito, se a Igreja deixasse de existir na vacância da Sede Apostólica, significaria logicamente que desapareceu mais de 250 vezes desde seu começo (já que as vacâncias da Sede Apostólica ocorreram mais de 250 vezes com a morte dos Sumos Pontífices na história da Igreja). Quem apoiaria semelhante absurdo? Sede Pontifícia e Igreja Católica Pontifícia continuam temporalmente sem o Papa, e independe da duração da vacância. A Igreja visível fica às vezes privada do Papa. Isto não está em contradição com a doutrina católica.

Assim o diz o Código de Direito Canônico de 1917, promulgado pelo Papa Benedito XV: “A Igreja Católica e a Sede Apostólica são pessoas morais” (Cânon 100). “Uma pessoa moral de direito eclesiástico é por natureza perpétua” (Cânon 102). Assim, por ser de natureza perpétua, a Igreja Católica não pode desaparecer, ainda que esteja temporalmente privada do Papa.

Dom Guéranger: “[...] Que Décio, por sua violência, produza a vacância da Sede no assédio a Roma por quatro anos, que surja um cisma com antipapas gozando de certo apoio popular, ou pela política dos príncipes, se questiona durante um tempo a legitimidade de alguns papas, o Espírito Santo permitirá a prova, e assim a fé dos fieis se fortalecerá enquanto dure, e, por último, no tempo assinalado, virá o eleito, e a Igreja o receberá com aclamação.” (Ano Litúrgico, ed., 1867, Quarta-feira de Pentecostes) 

Cardeal Billot: “Deus pode permitir que a Sede Apostólica permaneça vacante durante muito tempo.” (De Ecclesia)

O Papa Paulo IV estabeleceu que a vacância pode durar muito tempo. Se um usurpador fosse eleito ilegitimamente, a sede estaria vacante “qualquer que fosse a duração desta situação” (Cum Ex Apostolatus, § 6).

Ademais, a vacância atual foi predita e anunciada por Nosso Senhor Jesus Cristo, por vários Papas, como Leão XIII, assim como por importantes prelados, como o Cardeal Pio e Monsenhor de Ségur.

O Papa Leão XIII disse: “A Igreja, esposa do Cordeiro Imaculado, estará cheia de amargura e envenenada pelos mais astutos inimigos, eles porão suas mãos ímpias sobre as coisas mais sagradas. Onde estava estabelecida a Sede de São Pedro e a Cátedra da Verdade, ali porão o trono de usa abominável impiedade, para que ferido o pastor, as ovelhas se dispersem.” (Exorcismo de Leão XIII contra Satanás e os anjos apóstatas, 1884)

“Segundo o ensinamento dos apóstolos, disse a voz dos séculos, virá um dia em que Satanás, cheio de raiva contra Cristo e os cristãos, recuperará o terreno perdido, imporá sua vontade e estenderá seu reinado até os mais distantes locais. Então, irá contra Roma, porque ela é sua inimiga e a Sede dos Papas. Ele se erigirá em Mestre da Igreja, expulsará ao Vigário de Jesus Cristo, perseguirá os verdadeiros crentes e acabará com os religiosos e sacerdotes.” (Cornélio a Lapide, Suárez, São Roberto Belarmino: citados por Monsenhor Gaume, A Situação, p. 28, 1860)

“Cristo permitirá que o Anticristo, cabeça dos cismáticos, chegue a se sentar no Templo de Deus, e que seus membros (os verdadeiros cristãos) sejam desterrados, e os que não são seus membros ocupem a sede de Pedro.” (Pedro, o Venerável, De miraculis libri duo, Libro II, c.16, Bol. T.14, página 473)

Assim, deveríamos saber que prevalecer significa a vitória final. Jesus Cristo nunca disse que o inferno não obteria vitórias, senão que anunciou que as “portas do inferno não prevaleceriam sobre a Igreja”. Porém, também disse: “Quando o Filho do Homem vier a terra encontrará nela a fé?” (São Lucas, XVIII, 8)

“As portas do inferno não prevalecerão sobre a Igreja. Eis aqui o alcance da palavra divina: a Igreja, edificada sobre Pedro, apesar da violência e da astúcia estabelecida pelos seus inimigos visíveis e invisíveis, nunca sucumbirá nem falhará de maneira alguma.”  (Encíclica Satis Cognitus)

(Extraído do blogue Amor de la Verdad)

quarta-feira, 5 de abril de 2017

299ª Nota - Visibilidade da Igreja


A Igreja Católica e a Sede Apostólica são pessoas morais (Cânon 100). Uma pessoa moral de direito eclesiástico é de natureza perpétua (Cânon 102). Sendo de natureza perpétua, a Igreja Católica não pode desaparecer, ainda que fosse privada de um Papa.

“Se demorassem muitos meses ou muitos anos sem eleger um novo Papa, ou se assumissem antipapas, como ocorreu algumas vezes, o intervalo não destruiria a sucessão, porque tanto o clero como o corpo dos bispos subsiste sempre na Igreja com a intenção de dar um sucessor ao Papa defunto tão pronto como as circunstâncias o permitam.” (Padre Barbier, em “Os tesouros de Cornélio a Lápide..., Paris, 1856, T.1, P. 724-725).