SERÁ VERDADE
que vós, feministas, não tolerais a Cristo, Nosso Senhor? não tolerais a
Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus e Nossa Mãe? não tolerais a Santa Igreja: Una,
Católica, Apostólica, Romana e Perseguida? não tolerais os mandamentos de Deus
e de sua Igreja? não tolerais a imagem e semelhança de Deus refletida no ser
humano desde a sua concepção? não tolerais nada acima de vós mesmas? não tolerais
a verdadeira liberdade, que é fazer o bem e evitar o mal? não tolerais a
modéstia cristã? não tolerais o matrimônio cristão? não tolerais a gravidez? não
tolerais as mulheres que querem viver como mulheres e mães? Com todas
estas verdades, ainda esperais a infinita misericórdia divina?
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
284ª Nota - Sábado ou Domingo?
A Lei de Moisés, entre as suas
prescrições mais antigas, mandava que os judeus descansassem no sétimo dia ou
sábado (shabbath), dedicando-o totalmente ao Senhor (v. Ex. 20,8; 23,12;
34,21). A palavra “shabbath”, em hebraico, significa repouso; está relacionada
com “sheba”, sete em hebraico. Donde vemos que o conceito de sábado envolve
tanto a ideia de repouso como a de sétimo dia.
Durante sua vida mortal, Jesus se
submeteu à Lei: quis ser circuncidado e acompanhar a sua gente na observância
do sábado. Repreendia, porém, os fariseus por seu rigorismo, que podia chegar à
hipocrisia, colocando a caridade acima da observância literal do sábado (cf.
Mt. 12, 10-14; Lc. 13, 10-17; 14, 1-6...). Lembrava o seguinte princípio: “O
sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (Mc. 2, 27); o
sábado seria, pois, um meio para o homem atingir mais seguramente o grande fim
de sua vida, a união com Deus; não seria um fim em si.
Consequentemente, Jesus atribuiu a Si
mesmo o poder de modificar ou suspender a guarda do sábado (cf. Mc. 2, 28). Por
causa disso, os doutores da Lei o incriminavam (Jo. 5, 9), mas Jesus respondia
que não fazia senão imitar o Pai que, tendo entrado no seu repouso após criar o
mundo, continuava a governar a este e aos homens (Jo. 5, 17). Foi, por certo,
esta atitude de Jesus que inspirou aos antigos cristãos uma certa liberdade em
relação ao sábado, fazendo-os compreender o espírito da observância desse dia.
Evangelho: Nova Lei do Cristão
Os discípulos, a princípio, continuaram
a guardar o sábado. É o que se depreende das suas atitudes por ocasião do
sepultamento de Jesus (v. Mt. 28, 1; Mc. 15, 42...). Mesmo depois da ascenção
do Senhor, continuavam a frequentar as reuniões de culto dos judeus aos
sábados, para anunciar aí o Evangelho (At. 13, 14; 16, 13; 18, 4). De maneira
geral, os cristãos observavam os costumes religiosos dos judeus (cf. At. 2,
1.46; 3, 1; 10, 9); somente aos poucos foram tomando plena consciência das
consequências práticas decorrentes da superação da antiga Lei pela Nova – o
Evangelho.
Podemos crer que São Paulo, arauto da
abolição das observâncias judaicas, não tenha imposto a celebração do sábado
aos cristãos convertidos do paganismo. O apóstolo chegava mesmo a acautelar os
fieis contra a infiltração de ideias judaizantes: “Que ninguém vos critique por
questões de alimentos ou bebidas ou de festas, novas luas e sábados,
que são apenas sombra de coisas que haviam de vir, mas a realidade é o corpo de
Cristo” (Cl. 2, 16-17).
Por isso, em breve o primeiro dia da
semana judaica, posterior ao sábado, quando Cristo ressuscitou, tornou-se o dia
de culto dos cristãos ou o dia do Senhor. No ano de 57-58, por exemplo, em
Trôade, na Ásia Menor, os cristãos se reuniam no primeiro dia da semana,
conforme At. 20, 7, para celebrar a Eucaristia. Em 1Cor 16, 2, São Paulo
recomenda aos fieis a coleta em favor dos pobres no primeiro dia da semana – o
que supõe uma assembleia religiosa realizada naquele dia
Assim, foram transferidas para esse dia,
práticas que os judeus celebravam aos sábados, como o louvor de Deus e a
esmola. É muito provável que as comunidades fundadas por São Paulo tenham
observado o primeiro dia da semana (dia da ressurreição de Cristo). Esse dia,
dedicado à glorificação do Senhor vitorioso sobre a morte, tomou adequadamente
o nome de “Kyriaké heméra”, dia do Senhor (ou, propriamente, dia imperial),
como se depreende de Ap. 1, 10: “Fui arrebatado em espírito no dia do Senhor”.
O grego “Kyriaké heméra” deu em latim “Dominica dies”, donde, em português,
dominga ou domingo.
Caráter Figurativo do Sábado
Pode-se crer que a celebração do domingo
tenha tido origem na própria Igreja-Mãe de Jerusalém, pois os apóstolos estavam
reunidos no 50º dia (Pentecostes), que era domingo, quando receberam o Espírito
Santo (cf. At. 2, 1-3). Este quis se comunicar não num sábado, como Cristo
também não quis ressuscitar num sábado, mas no dia seguinte, domingo.
Nesta perspectiva cristã, o antigo
sábado dos judeus passou a ser uma figura, como, aliás, muitas outras
instituições do Antigo Testamento. É a epístola aos Hebreus que incute esse
caráter figurativo e provisório das instituições da Lei de Moisés (v. Hb. 4,
3-11, com referência ao sábado).
Aliás, observando o domingo, os cristãos
estão obedecendo exatamente à Lei de Deus, pois dedicam todo sétimo dia ao
repouso (“sheba” e “Shabbath”) e ao culto do Senhor; apenas deslocaram em um
dia a contagem dos dias da semana. Isso ficou bem nítido na nomenclatura portuguesa,
como se vê abaixo:
Semana judaica: 1ª-feira, 2ª-feira,
3ª-feira, 4ª-feira, 5ª-feira, 6ª-feira, 7ª-feira.
Semana cristã: 2ª-feira, 3ª-feira,
4ª-feira, 5ª-feira, 6ª-feira, Sábado, Domingo.
Seria, de resto, despropositado que os
cristãos continuassem a observar o sétimo dia dos judeus, visto que nesse dia
Jesus ficou no sepulcro e somente ressuscitou no dia seguinte, apresentando-nos
a nova criatura, à qual nos devemos todos conformar.
Examinemos agora um pouco a história:
desde o século II, há depoimentos que atestam a celebração do domingo tal como
foi instituída pelos apóstolos, conscientes do significado da ressurreição de
Cristo. Assim Santo Inácio de Antioquia (aproximadamente ano 110) escrevia aos
Magnésios: “Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas, chegaram à nova
esperança, não observando mais o sábado, mas vivendo segundo o dia do Senhor,
dia em que nossa vida se levantou mediante Cristo e a sua morte” (9, 1).
Em meados do século II, encontra-se o
famoso depoimento de São Justino, escrito entre 153 e 155: “No dia dito do sol,
todos aqueles dos nossos que habitam as cidades ou os campos, se reúnem num
mesmo lugar. Lêem-se as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas... Quando
a oração está terminada, são trazidos pão e vinho e água... Nós nos reunimos
todos no dia do sol, porque é o primeiro dia, aquele em que Deus transformou as
trevas e a matéria para criar o mundo, e também porque Jesus Cristo, nosso
Salvador, ressuscitou dos mortos nesse dia mesmo” (I Apologia 67, 3.7).
Nessa passagem, São Justino
atesta a celebração da Eucaristia no domingo. Chama-o “dia do sol” porque se
dirige a pagãos; faz questão, porém, de lembrar que tal designação é de origem
alheia, não cristã: “No dia dito do sol”. Vemos, pois, que a celebração do
domingo entre os cristãos está longe de ser uma concessão aos festejos pagãos
do dia do sol; nada tem de pagão, mas é nitidamente inspirada por motivos
bíblicos do Antigo e Novo Testamentos.
O
fato do Imperador Constantino ter preceituado, em 321 d.C., certo repouso “no
venerável dia do sol” não quer dizer que ele tenha introduzido a observância do
dia do Senhor entre os cristãos; esta, como vimos, data da época dos apóstolos,
tendo sido apenas patrocinada por Constantino, desde que se tornou cristão.
(CATÓLICOS PERGUNTAM, de Dom Estevão
Tavares Bettencourt, OSB, 1997)
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
283ª Nota - Que é Sociedade Civil?
A SOCIEDADE CIVIL
A sociedade familiar é a primeira de
todas, cronológica e logicamente, e todas as outras sociedades civis são, de
qualquer forma, a ela subordinadas, no sentido de que estão normalmente
ordenadas ao bem material e moral da família.
NATUREZA DA SOCIEDADE CIVIL
Origem
da sociedade civil
a) O estado social é natural ao homem – A sociedade, considerada em si
mesma, e não em certas modalidades que lhe são acidentais, é resultado da
natureza. O homem, com efeito, é eminentemente sociável. Está
sujeito a mil necessidades diversas, igualmente imperiosas, de ordem física,
intelectual e moral, que não podem encontrar sua plena satisfação a não ser na
sociedade e pela sociedade. Além disso, ele procura instintiva e reflexivamente
a companhia de seus semelhantes, comunica-lhes suas alegrias e suas tristezas.
Toda perfeição humana também se acha, por sua vez, ligada ao estado social:
fora de qualquer sociedade, não há senão esterilidade, degradação e morte.
b) Teorias
do contrato social – Hobbes
e J. J. Rousseau sustentaram teorias, segundo as quais a sociedade seria efeito
de uma convenção ou de um contrato entre os indivíduos. Para o primeiro, em sua
obra Leviatã, a humanidade encontrava-se originalmente
num estado de anarquia e de guerra; este estado é natural aos homens.
Para remediar os males que ele traz, os homens decidiram viver em
sociedade e abdicar de seus direitos individuais, deixando-os nas mãos de
um déspota; Rousseau, em sua obra O Contrato Social, sustenta que a
humanidade, nas suas origens e naturalmente, se encontrava num estado em
que o homem, deixando à sua livre natureza, foi bom e pacífico. A
instituição social, produto de uma convenção entre os indivíduos, teve como
resultado corromper o homem, ensinando-lhe o egoísmo e a injustiça.
Estas teorias são igualmente contrárias
aos melhores fatos estabelecidos e a tudo quanto sabemos sobre a natureza
humana. O homem, efetivamente, é um ser social por
natureza, devido mesmo a sua fragilidade original e suas necessidades; ele
faz parte, necessariamente, de uma sociedade doméstica, que se alarga
naturalmente em clã, tribo ou Estado por associação das famílias. Por mais que
se recue às origens humanas, verifica-se sempre a existência de uma sociedade
civil, mesmo rudimentar. Quanto a dizer que o homem é bom por
natureza e que a sociedade o corrompe, há aí uma visão utópica, que a
experiência de forma alguma justifica.
O fim da sociedade –
Podem-se distinguir um fim principal e um fim secundário, que resulta do
primeiro:
a) Fim
principal – O fim próprio e dominante da sociedade
civil, que é, essencialmente, uma sociedade temporal, não pode ser
outro senão a felicidade desta vida, a sua felicidade, e,
conseqüentemente, a felicidade de seus membros, pois a felicidade da sociedade
se compõe, afinal, das felicidades individuais, de sua soma, de alguma forma,
e, melhor, ainda, de seu conjunto.
O homem não é feito, portanto, para a
sociedade ou o Estado como o professam certas doutrinas políticas
modernas, que divinizam o Estado e a ele subordinam todas as atividades
individuais. É a sociedade que é feita para a pessoa humana, a fim de lhe
ajudar a cumprir seu destino, que é de ordem moral e espiritual.
b) Fim
secundário – A sociedade tem por fim, então, não somente a
prosperidade e a felicidade materiais de seus membros, mas, ainda, embora
secundariamente, seu bem moral e espiritual. Este fim decorre do
primeiro, porque não existe felicidade digna deste nome sem a virtude, e a
prosperidade material da cidade terrestre só se pode estabelecer e durar pelas
virtudes individuais de seus membros.
Os aspectos da sociedade civil
– A sociedade civil pode ser encarada sob o aspecto econômico ou sob o aspecto
político O ponto-de-vista econômico se refere à produção, circulação
e distribuição das riquezas e dá nascimento ao que se chama a questão
social. O ponto-de-vista político se refere ao governo dos membros da
sociedade, em função do bem comum.
(Extraído do Curso de Filosofia – Régis
Jolivet)
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
282ª Nota - Acies Ordinata
Quanto
mais leio os textos desse blogue, tanto mais observo quão grande é a minha ignorância
religiosa e a de muitas pessoas que se arrogam o epíteto de tradicionalistas. Vivemos
obtusos sob a guarida de teses
preconcebidas. Julgamos estar certos, quando verdadeiramente estamos errados. Circularmente
errados. E como é difícil sair de nossos círculos. Círculos com janelas trancadas
de pequenas frestas, que apenas nos permitem respirar e ver tão parvamente (por nossa própria culpa) a diversa,
a belíssima e a frutuosa realidade dogmática, litúrgica e canônica da Santa
Mãe Igreja.
Quando
comecei a ler esse blogue, os textos não aparentavam para mim mais que
elucubrações de alucinados e deslumbrados; eu estava visceralmente tomado por
todo e qualquer preconceito contra o sedevacantismo e os seus defensores. Quantos
apodos! Afinal, eu vivia em um círculo... Como são perigosos os círculos de
pensamento e de conduta; e tanto mais perigosos quanto mais assemelhados com autoridade.
E hoje eles se difundem virtualmente na internet... Se não for a infinita
misericórdia e bondade divinas, corremos o sério risco de passar toda a vida no
erro e na escuridão e lutar contra a verdade pensando estar lutando por e com ela.
Haja boa fé!
Enfim,
um dos pontos marcantes encontrados em não poucos textos ali postados,
sobretudo os dos padres Belmont e Cekada e dos ilustres leigos Daly e Lane, é
que o estudo profundo e assíduo em busca da verdade teológica etc. impulsiona
necessariamente (ou vai conjuntamente) para uma conclusão prática: tratar os que
se opõem ao ou rejeitam o sedevacantismo com caridade, paciência e misericórdia.
É o desejo de aclarear a verdade, dispensando a disputa infecunda e inútil:
“Evitar uma disputa é uma marca de honra; somente os tontos insistem nas
disputas” (Provérbios, 20, 3).
Como
eu fui bem tratado por estes autores em muitos de seus textos! Foi difícil
superar as barreiras da minha miséria intelectual e de querer; contudo, superadas
muitas destas, a inteligência começa a se adequar à verdade exposta nestes
textos. Tudo fica claro e certo. É impressionante! “Dura veritas, sed veritas!”
- “Ubi veritas, Deus ibi est!”
Muito obrigado,
Felipe Coelho!
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