quarta-feira, 30 de novembro de 2016

274ª Nota - STF: Ministros da Perversidade


BRASÍLIA - A 1.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu nesta terça-feira, 29, um precedente ao entender que não é crime o aborto realizado durante o primeiro trimestre de gestação – independentemente do motivo que leve a mulher a interromper a gravidez. Durante o julgamento, os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Rosa Weber se manifestaram no sentido de que não é crime a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre.
***
Triste Brasil! Tristíssimo Brasil! Outrora chamado Terra da Santa Cruz, hoje, com razão e tristeza, Terra de Assassinos!

Hipócritas e malditos ministros, no aparente amor apregoado ao ser humano, o que realmente trazem oculto em seus corações é o ódio a Deus e a suas obras! Não tardará a vingança do Altíssimo!

Rezemos pela conversão destes ímpios togados, que não julgam de acordo com a lei divina nem natural.

Aos ímpios ministros, promotores da iniquidade e do infanticídio, cabem as seguintes palavras:

1_“Desordenado, vagabundo, impostor, vaso de ignomínia, escorpião vomitado (...), louvado pelo diabo, obrador de iniquidades, devorador do povo, boca cheia de maldição, lobo feroz!”

2_“Protervo, caluniador, louco, envenenador, ignorante, embusteiro, malvado, insensato, pérfido.”

3_“Inimigos de Deus, ministros do diabo, membros do anticristo, inimigos da salvação do gênero humano, difamadores, réprobos, perversos, ignorantes, iguais ao faraó.”

4_“Previno-vos contra bestas com formas humanas, a quem não deveis dar acolhida, mas também quanto possível, nem sequer encontrar-vos com eles; apenas rezai por esses tais para que, quiçá, se convertam, embora seja difícil.”

1_São Bernardo de Claraval, doutor da Igreja, ao herege Arnaldo de Brescia
2_São Boaventura, doutor da Igreja, ao heresiarca Geraldo
3_Santo Tomás de Aquino, doutor da Igreja, aos hereges Guilherme do Santo Amor e seus sequazes
4_Santo Inácio de Antioquia, carta aos cristãos de Esmirna

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

273ª Notas - Notícias


Divórcios e mais Divórcios

“Divórcios crescem 286% em São Paulo após lei que permite procedimento em cartórios extrajudiciais.
No primeiro semestre deste ano, os cartórios de notas do Estado de São Paulo realizaram 6.721 divórcios, o que representa um aumento de 286% se comparado a 2010. No mesmo período do ano passado foram realizados 2.348 atos. O balanço é do CNB-SP (Colégio Notarial do Brasil – São Paulo), que reúne os cartórios de notas paulistas.”
(fonte: tjsp.jus.br - 17/8/2011 - Desafogamento do Judiciário)
[Nota do Diário: Eis acima os claros frutos das promessas antropoteístas de nossos “ilustres” governantes: apóstatas, hipócritas, sepulcros caiados, víboras e filhos do diabo!]

“Três Revoluções e Bento XVI”

“Paradoxalmente, a despeito de seus quase 27 anos de pontificado e de viagens apostólicas a 130 nações, nos cinco continentes, Karol Wojtyla não foi capaz de pôr um fim à trágica crise que se abateu sobre a Igreja desde os anos 1960. De fato, milhares de padres abandonaram o sacerdócio. As vocações escasseiam tanto entre o clero secular como entre as ordens religiosas. Apenas nos EUA, dos 49 mil seminaristas de 1965 restaram hoje 4.700 (!!!). Por todo o mundo, seminários, escolas e conventos foram fechados. A frequência à missa caiu para menos de 20%, quando era de 75% em 1960 (!!!). No Brasil, ‘o maior país católico do mundo’, a Igreja perde mais de meio milhão de fieis ao ano (!!!). O último censo do IBGE diz que, de 1960 para cá, o número de católicos caiu de 90% da população para 73%. No mesmo período, o número de ateus e agnósticos mais que decuplicou, de 0,5% para 7,4%. Na Europa Ocidental, metade dos recém-nascidos não é mais batizada na Igreja (!!!).” [Nota do Diário: as exclamações são nossas.]
(Mateus Soares de Azevedo, em Estado de São Paulo, aos 12/5/2007)

Casamento homossexual cresce mais que casamento natural em 2015 no Brasil

O casamento de pessoas do mesmo sexo no Brasil cresceu mais do que a união de pessoas heterossexuais, entre 2014 e 2015. Os héteros casaram mais em número absolutos, mas o ritmo de crescimento do casamento gay avança em percentuais maiores.

É o que indica as Estatísticas de Registro Civil, pesquisa anual divulgada nesta quinta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o instituto, de 2014 para 2015, houve aumento de 2,7% no volume de casamentos de pessoas de sexo opostos no Brasil.

No mesmo período, as uniões entre pessoas do mesmo sexo subiram 15,7%. Os casamentos gays são, em termos absolutos, menores, e representaram 0,5% do total de casamentos celebrados no país em 2015. No ano passado, houve 1.137.321 de casamentos no país. Desse total, somente 5.614 foram de pessoas do mesmo sexo.

(fonte TJSP: 25/11/16 – Folha de São Paulo, 11/2016)

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

271ª Nota - Utilização das igrejas conciliares



Terribilis est locus iste: Hic domus Dei est, et port cæl: Et vocabitur aula Dei (Gen. 28, 17) 
Intróito da Missa de Dedicação de uma Igreja

As peregrinações da FSSPX feitas em santuários foi uma oportunidade para alguns tomarem consciência de uma evidente e trágica perda do sentido do sagrado no seio da obra de Monsenhor Lefebvre.  No passado, os quatro bispos da FSSPX estiveram na basílica de São Pio X, ao pé de um “Cristo” moderno de metal e de um altar conciliar. Isto nos permite perguntar se podemos utilizar as igrejas conciliares, evidentemente profanadas? Queremos pensar que os superiores da FSSPX não consideram esta atitude como secundária e sem importância.

Em 2005, no santuário de Lourdes, houve um concerto de rock e missa nova na igreja Santa Bernadete! O Distrito da França (FSSPX), em seguida, fez uma declaração na qual pedia que “este ato profano fosse denunciado”, acrescentando que, de acordo com vários artigos da lei canônica, “a injúria deve ser reparada” antes da celebração de um novo culto litúrgico.

Portanto, a FSSPX reconheceu a profanação realizada e afirmou a necessidade de realizar um ato de reparação, uma “cerimônia de reconciliação”, antes de celebrar um novo culto litúrgico.

Infelizmente essas grandes lições canônicas (*) que a FSSPX deu aos conciliares não foram seguidas por ela mesma, já que celebrou várias missas nesta igreja Santa Bernadete profanada, especialmente durante a peregrinação de Cristo-Rei de 2007, como também por ocasião da peregrinação de todas as escolas dominicanas de Fanjeaux, nos dias 30 e 31 de maio com o padre Simoulin! Nesta ocasião, a pseudoigreja Santa Bernadete foi dividida em duas partes por uma divisória de estuque. De um lado, havia missa da Fraternidade, e do outro, os encontros modernistas com música eletrônica de fundo. Durante estes dois dias, o altar foi utilizado pela Fraternidade e pelos modernistas conciliares! Todos esses escândalos aos olhos de centenas de alunos das escolas dominicanas!
(página não encontrada?!)

E o pior, a Direção da FSSPX insiste em celebrar a santa missa nestes lugares profanados. Dom Lefebvre jamais organizou algo assim! Ele sabia o porquê. 

Uma igreja é profanada, entre outras causas, quando afetada pelo uso profano e sacrílego. Aliás, quando profanada uma igreja, até que tenha sido reconciliada, o seu uso é proibido para celebrar missas, administrar sacramentos, etc. Apesar de todos os sacrilégios em santuários (missas ímpias, cerimônias ecumênicas, concertos de rock, cultos heterodoxos, etc), os fieis da FSSPX estão se acostumando a frequentar tais lugares de maneira quase indiferente. Todas estas basílicas, todos estes altares e sacrários foram profanados, e não houve quaisquer reconciliações.

(*) CODE DE 1917: "Can. 1172 § 1 : Une église est profanée par les actes énumérés ci-dessous, pourvu qu'ils soient certains, notoires et aient été posés dans l'église : (...) 3° Les usages impies ou sordides auxquels l'église a été affectée."

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

270ª Nota - Dom Marcel Lefebvre: A Igreja Conciliar não é a Igreja de Cristo


“Eu vos pergunto: onde estão os verdadeiros sinais da Igreja? Estão eles na Igreja oficial (não se trata de Igreja visível, mas da Igreja oficial) ou conosco, no que representamos, no que somos? É evidente que somos nós que guardamos a unidade da fé, que desapareceu da Igreja oficial. Um Bispo acredita nisso, outro já não acredita, a fé é diversa, seus catecismos abomináveis estão cheios de heresias. Onde está a unidade da fé em Roma?

Onde está a unidade da fé no mundo? Fomos nós que a guardamos. A unidade da fé espalhada no mundo inteiro é a catolicidade. Ora, esta unidade da fé no mundo inteiro, não existe mais, não existe mais catolicidade. Existem tantas Igrejas católicas quantos Bispos e Dioceses. Cada um possui sua maneira de ver, de pensar, de pregar, de fazer seu catecismo. Não existe mais catolicidade.

E a Apostolicidade? Eles romperam com o passado. Se eles fizeram algo, foi exatamente isso. Eles não desejam mais o que é anterior ao Concílio Vaticano II. Vede o Motu Proprio do Papa que nos condena, ele diz muito bem: “a Tradição viva é o Vaticano II”: não se deve reportar mais a fatos anteriores ao Vaticano II, isso não significa nada. A Igreja guarda a Tradição de século em século. O que passou passou, desapareceu. Toda a Tradição encontra-se na Igreja de hoje. Qual é esta Tradição? A que ela se liga? Como ela se liga ao passado?

É o que lhes permite dizer o contrário do que foi dito outrora, sempre pretendendo que somente eles guardaram a Tradição. É o que nos pede o Papa: que nos submetamos à Tradição viva. Nós possuiríamos um conceito equivocado de Tradição, visto que ela é viva e evolutiva. Mas, isto é o erro modernista: o Santo Papa Pio X, na encíclica Pascendi, condenou estes termos: “Tradição viva, Igreja viva, fé viva”, etc, no sentido que os modernistas os entendem, ou seja, da evolução que depende das circunstâncias históricas. A verdade da Revelação, a explicação da Revelação, dependeria das circunstâncias históricas.

A Apostolicidade: nós nos vinculamos aos Apóstolos pela autoridade. Meu sacerdócio vem através dos Apóstolos; vosso sacerdócio vem através dos Apóstolos. Nós somos filhos daqueles que nos deram o episcopado. Nosso episcopado descende do Santo Papa Pio V e através dele chegamos até aos Apóstolos. Quanto à Apostolicidade da fé, nós cremos na mesma fé que foi a dos Apóstolos. Nós não mudamos nada e nem queremos mudar nada.

E, enfim, a santidade. Não nos faremos louvores e cumprimentos. Se não quisermos considerar a nós mesmos, consideremos os outros, e consideremos os frutos de nosso apostolado, os frutos vocacionais, de nossas religiosas e também dentro das famílias cristãs. Boas e santas famílias cristãs germinam, graças a vosso apostolado. É um fato, ninguém o pode negar.

Tudo isso mostra que somos nós que possuímos os sinais da Igreja visível. Se ainda existe uma visibilidade da Igreja hoje em dia, é graças a vós. Estes sinais, não se encontram mais nos outros. Não existe mais neles unidade da fé; ora, é precisamente a fé que é a base de toda a visibilidade da Igreja.

A catolicidade é a fé no espaço. A Apostolicidade é a fé no tempo, e a santidade é o fruto da fé, que se concretiza nas almas pela graça do bom Deus, pela graça dos sacramentos”.
( DOM MARCEL LEFEBVRE)

Agora, se esta declaração fosse dita por um bispo assumidamente sedevacantista, que valor dariam a ela os semitradicionalistas?...

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

269ª Nota - Diálogo Ascético


Disse o irmão:
– Bem o disseste, pai, e agora te suplico que também me digas como a continência extingue a concupiscência. 
Respondeu-lhe o ancião:
– Porque faz com que nos abstenhamos de todas aquelas coisas que não satisfazem uma necessidade, senão que somente produzem prazer; e faz com que não participemos de nenhuma outra coisa senão as necessárias para viver; e faz buscar não as coisas agradáveis, mas as necessárias; mede a comida e a bebida de acordo com a necessidade, e não permite ao corpo uma moleza supérflua; e também só a vida do corpo, protegendo-o da perturbação do impulso carnal. É assim que a continência extingue a concupiscência. O prazer e a saciedade dos alimentos e bebidas reaquecem o ventre e acendem o impulso para o desejo vergonhoso, e impelem o animal inteiro à união ilegítima. Então se tornam impudicos os olhos, e sem freio a mão, e diz coisas a língua que afagam o ouvido, e acolhe o ouvido palavras vãs, e despreza a Deus, e comete a alma, mentalmente, o adultério, incitando o corpo à ação ilícita.  

(São Máximo, o Confessor, em Centúrias sobre a Caridade e outros Escritos Espirituais)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

268ª Nota - Os tradicionalistas e Francisco Bergoglio


A primeira rotina dos Reconhecer & Resistir é seguir teólogos equivocados (Suarez, Caetano e João de Santo Tomás), que afirmam que um Papa herege tem que ser levado a Juízo antes de perder o cargo. Porém, este ensinamento foi posteriormente abandonado pelos teólogos, que adotaram a posição de São Roberto Belarmino (o Doutor máximo em eclesiologia, cujo ensinamento foi canonizado substancialmente por Pio XII, em sua encíclica Mystici Corporis Christi); foi rejeitado por Paulo IV em sua Bula Cum Ex Apostolatus Officio; leva a um absurdo, porque, em nossos dias, teríamos que esperar que os “cardeais” hereges julgassem um “Papa” herético.

A segunda rotina dos R&R é discutir a questão equivocada, a saber, perda do cargo por um Papa herege, quando atualmente os sedevacantistas argumentam que Bergoglio não poderia ter-se convertido em um verdadeiro Papa já no começo de seu “papado”.

Aqui estamos falando de: 1) O ensinamento dos canonistas que afirmam que um herege público está impedido pela lei divina de chegar a ser um verdadeiro Papa; 2) Os R&R confundem o pecado de heresia com o delito canônico de heresia; 3) Os R&R criaram a figura do “amigo ortodoxo”, a saber, você não pode ser herege, se não for advertido por alguém; 4) Heresia material versus heresia formal: Pio XII, em sua encíclica Mystici Corporis (1943), providencialmente fechou a última via de escape dos R&R.

Apesar de os R&R fazerem de tudo para defender a ideia de que Jorge Bergoglio é verdadeiramente o Papa da Igreja Católica, ao mesmo tempo insistem que a validez de seu papado nada significa – não tem efeito prático em nossas vidas –, para assim não pôr em perigo a saúde e a salvação das almas. Em outras palavras, Francisco poderia não ser Papa; e mais, melhor seria que não o fosse.

Por analogia, pode-se dizer que se o sedevacantista sustenta que o lobo não pode ser o pastor, precisamente porque é um lobo, a posição da “Resistência”, ao contrário, afirma que o lobo pode ser o pastor, porém, o fato de ser ou não o pastor em nada importa, ou melhor, as ovelhas têm obrigação de proteger-se do pastor. Adivinhem qual destas duas posições é a única compatível com a doutrina católica? 

São Roberto Belarmino acertou quando disse “a Igreja estaria na pior das condições, se estivesse obrigada a reconhecer o lobo, que está manifestamente à espreita, como se fosse o pastor” (em “O Romano Pontífice”, Livro II, Cap. 30). De fato, parece que a única coisa que supera os esforços gigantescos feitos pelos semitradicionalistas para defender a reclamação de Francisco ao papado, é seu incansável labor para reforçar a ideia de que este Papa supostamente válido e autêntico deve sofrer resistência, ser ignorado, contradito e neutralizado de todas as maneiras possíveis, para que seu ensinamento, suas leis disciplinares, seus “santos”, e suas normas de culto não influam nos fieis de forma alguma. Em outras palavras, ele pode e deve ser seu “Papa”, porém não se atrevem com os fatos aplicar quaisquer das doutrinas católicas sobre o papado. Ele é, como o Padre Anthony Cekada tão acertadamente o expressa há anos, um “Papa de cartão, somente para ser exibido.”
(Extraído do blogue Amor de la Verdad)

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

267ª Nota - Louis Veuillot e o Fim dos Tempos


Louis Veuillot, o ilustre católico, elogiado por Pio IX, em seu excelente livro “A Ilusão Liberal”, no capítulo XXI – “A verdade vos fará livres” (Jo. 8,32), escreve sobre os sinais da proximidade do fim dos tempos:

“Quando a Igreja não puder ensinar Jesus Cristo integralmente, quando os povos deixarem de compreender que é preciso obedecer a Deus mais que aos homens, quando já não houver vozes que se levantem para confessar a verdade sem disfarces ou restrições; então, a liberdade terá deixado a Terra. Então, a história humana estará perto do fim.”

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

266ª Nota - Louis Veuillot e o Reinado de Cristo-Rei


Sobre o reinado de Cristo Rei, observem o que disse o grande católico do século XIX, Louis Veuillot, em seu excelente livro “A Ilusão Liberal”, no capítulo XXVIII – “A Verdade se impõe ao Erro”:
“Em terceiro lugar, quando chegar o tempo, quando a provação terminar e o edifício social precisar ser reconstruído segundo as regras eternas, seja amanhã, seja daqui a séculos, os católicos organizarão as coisas como se fossem para eles. Sem se preocuparem com quem queira permanecer na morte, promulgarão as leis da vida. Elevarão Jesus Cristo ao seu devido lugar, e Ele não será mais insultado. Educarão as crianças no conhecimento de Deus e na honra aos pais. Preservarão a indissolubilidade do casamento e, ainda que os dissidentes tenham maus casamentos, seus filhos os terão bons. Imporão a observância religiosa dos domingos para o bem da sociedade como um todo, deixando que os livres-pensadores e os judeus celebrem por sua conta as segundas-feiras ou os sábados. Aqueles a quem essa lei atrapalhar, ficarão atrapalhados. Já não se poderá recusar o respeito ao Criador e ao repouso da criatura para contentar um punhado de maníacos, cuja agitação faz, de modo tão tolo e insolente, todo um povo cair no pecado. Além disso, seus lares, como também os nossos, mais sólidos, e seus campos mais fecundos. Em suma, a sociedade católica será católica, e os dissidentes que ela há de tolerar conhecerão sua caridade, mas não quebrarão sua unidade.”

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

265ª Nota - Louis Veuillot e a ausência aparente da visibilidade da Igreja


Para aqueles que afirmam que a hierarquia herética e conciliar é a hierarquia católica, para assim defender a visibilidade da Igreja, observem o que disse Louis Veuillot, o grande católico do século XIX, em seu excelente livro “A Ilusão Liberal”, no capítulo XXIII – “Terceira Objeção: A Terceira Saída”:
“A luta deu origem a três partidos:
1º - O Partido da Revelação ou Cristianismo. O partido católico é a sua cabeça, tão altiva e elevada que PARECE QUE NÃO TEM CORPO; todavia, esse corpo, NA MAIORIA DAS VEZES QUASE INVISÍVEL, EXISTE e de fato é o mais poderoso que há sobre a Terra, pois, INDEPENDENTE DO NÚMERO DE ADEPTOS, é o único que possui verdadeiramente essa força incomparável e sobre-humana chamada fé; (...).”
Portanto, não precisamos nos apoiar no sofisma daqueles que afirmam que a visibilidade da Igreja deve estar patente aos olhos de muitos ou de quase todos.

Sobre o mesmo tema: https://diario-de-um-catolico.blogspot.com.br/2016/10/261-nota-onde-esta-igreja-visivel.html 

terça-feira, 8 de novembro de 2016

264ª Nota - Louis Veuillot seria sedevacantista hoje?



Sabemos que os tradicionalistas, entre estes a FSSPX, são antissedevacantistas, porém paradoxalmente afirmam que João XXIII e seus sucessores até Bento XVI foram liberais, como outrossim Francisco Bergoglio, a mais gritante expressão do liberalismo contemporâneo.

Ora, o liberalismo é heresia condenada pela Santa Madre Igreja Católica, Apostólica, Romana e Perseguida!

Como entender, então, que possa ser Papa alguém que aceita e professa a heresia liberal? Não há como entender isto, a não ser negando tudo o que foi ensinado e condenado pelo Magistério da Igreja até Pio XII.

E para provar essa contradição, citaremos o grande escritor católico do século XIX Louis Veuillot, que certamente assumiria a posição sedevacantista, se hoje estivesse vivo.

Em seu excelente livro “A Ilusão Liberal”, no capítulo XX – “O Pequeno Número”, o ilustre católico, elogiado por Pio IX, o grande Papa antiliberal, escreve: “Mas eu levanto uma hipótese. Vamos admitir que todos seguimos a corrente (do liberalismo). Eu digo todos, EXCETO O PAPA, POIS A HIPÓTESE NÃO PODE CHEGAR ATÉ AÍ”.

E a razão de ele afirmar que o Papa não pode admitir o liberalismo, está no ensinamento da Igreja: o Papa não pode ser herege nem promotor da heresia. 
Aliás, é exatamente o que São Francisco de Sales confirma:
o Pastor não pode conduzir ao erro seus filhos, portanto, os sucessores de São Pedro têm todos os seus mesmos privilégios, que não são anexos à pessoa, mas à dignidade e ao cargo público”. (Controvérsias, p. II, cap. VI, art. XIV)
“E JAMAIS faz um mandamento geral a toda Igreja em coisas necessárias senão pela assistência do Espírito Santo, pois se não falta nem às espécies de animais em coisas necessárias, porque Ele as estabeleceu, menos faltará ao Cristianismo no que é necessário para a vida espiritual. E como seria a Igreja una e santa; tal como as Escrituras e os Símbolos a descrevem? Por que se Ela tivesse um Pastor e o Pastor errasse, como seria santa? E se não lhe seguisse, como seria Una? E que desordem não se veria no Cristianismo, se alguns achassem e encontrassem uma lei má e os outros boa, e se as ovelhas em lugar de pastar e engordar nos pastos da Escritura e da santa Palavra se distraíssem em fiscalizar os juízos do superior?”  (Controvérsias, p. II, cap. VI, art. XV)
Concluindo: ou aceitamos o sedevacantismo ou admitiremos vãs fantasias teológicas de cunho liberal. 

terça-feira, 1 de novembro de 2016

263ª Nota - Considerações sobre o "Novus Ordo Missae"



Documento endereçado por Dom Antonio de Castro Mayer ao Papa Paulo VI sobre a Nova Missa, junto com a carta precedente.

O novo “Ordo Missae” consta de normas gerais do texto do Ordinário da Missa. Umas e outro propõem uma nova Missa que não atende, suficientemente, às definições do Concílio de Trento a respeito, e constitui, por isso mesmo, grave perigo para a integridade e pureza da Fé Católica. Examinamos aqui, apenas, alguns pontos, que, nos parece, evidenciam o que afirmamos.

1. Noção de Missa – No n.º 7 o Novo “Ordo” dá uma como que definição da Missa: “Coena dominica sive Missa est sacra synaxis seu congregatio populi Dei in unum convenientis, sacerdote praeside, ad memoriale Domini celebrandum. Quare de sanctae ecclesiae locali congregatione eminenter valet promissio Christi: “Ubi sunt duo vel tres congregati in nomine meo, ibi sum in medio eorum (Mat. 18)”. [A Ceia do Senhor ou Missa é a sagrada assembléia ou reunião do povo de Deus, sob a presidência do sacerdote, para celebrar o memorial do Senhor. Por isso, a respeito desta reunião da santa igreja local vale a promessa de Cristo: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estarei no meio deles” (Mat. 18)].

Nesta definição, a) Insiste-se na Missa como ceia. Aliás, esta conceituação de Missa, ocorre com freqüência, em todo o decurso das normas gerais (cfr. n.º 8, 48, 55 d, 56, etc.). Parece mesmo que a intenção do novo “Ordo Missae” é inculcar este aspecto da Missa. O que é feito com detrimento do outro, essencial, isto é, que a Missa é um sacrifício. De fato, b) na quase definição de Missa do nº 7, não se declara o caráter de sacrifício da Missa, como, c) não se salienta o caráter sacramental do sacerdote que o distingue dos fiéis. Além disso, d) nada diz do valor intrínseco da Missa independente da presença da assembléia. Antes, faz supor que não há Missa sem a “congregatio populi” [reunião do povo], pois é a “congregatio” que define a Missa. Enfim, e) o texto deixa uma confusão entre a Presença real e a presença espiritual, porquanto aplica à Missa o texto de S. Mateus, no qual se trata apenas da presença espiritual.

O equívoco entre a Presença real e a presença espiritual, notado no nº 7, é confirmado pelo que diz o nº 8, que divide a Missa em “mesa da palavra” e “mesa do Corpo do Senhor”, e igualmente oculta o caráter de sacrifício que é principal na Missa, pois que a ceia não passa de uma conseqüência, como se pode deduzir do cân. 3 da ses. XXII do Concílio de Trento.

Observamos que os dois textos do Vaticano II, alegados na nota, não justificam a noção de Missa proposta no texto. Observamos ainda que algumas expressões, mais ou menos incidentes, nas quais ocorrem afirmações como esta que no altar “sacrificium crucis sub signis sacramentalibus praesens efficitur” (n. 259) [Torna-se presente o sacrifício da cruz sob sinais sacramentais,] não são suficientes para dissipar um conceito equívoco, inculcado ao se descrever a Missa (n. 7) e em muitos outros lugares das normas gerais.

2. Finalidade da Missa – A Missa é sacrifício de louvor à SS. Trindade. Tal finalidade não aparece de modo explícito no Novo “Ordo”. Pelo contrário, o que, na Missa de S. Pio V, salientava esse fim do Sacrifício, foi supresso no Novo “Ordo”. Assim, as orações: “Suscipe, Sancta Trinitas…” do Ofertório, a final “Placeat, tibi, Sancta Trinitas…”; assim, igualmente o Prefácio da SS. Trindade deixou de ser o Prefácio do Domingo, Dia do Senhor.

Além de “Sacrificium laudis SS. Trinitatis”, a Missa é Sacrifício propiciatório. Sobre esse caráter, contra os erros dos protestantes, insiste muito o Tridentino (cap. I e cân 3). Tal finalidade não aparece explícita no Novo “Ordo”. Aqui e acolá ocorre uma ou outra expressão que se poderia entender como envolvendo esse conceito. Jamais ele aparece sem sombra de dúvida. E ele está ausente quando as normas declaram a finalidade da Missa (n. 54). De fato, não é suficiente para atender à Teologia da Missa estabelecida pelo Tridentino, afirmar que esta colima a “santificação”. Não é claro que este conceito envolva necessariamente o outro, de propiciação. Além disso, a intenção propiciatória bem indicada na Missa de São Pio V, desaparece na nova Missa. De fato, as orações do Ofertório, “Suscipe Sancte Pater…”, “Offerimus, Tibi…” e a da benção da água: “Deus qui humanae substantiae… reformasti…” foram substituídas por outras que nada dizem de propiciação. Inculcam mais o sentido de banquete espiritual “panis vitae” [pão da vida], “potus spiritualis” [bebida espiritual].

3. Essência do Sacrifício – A essência do Sacrifício da Missa está na repetição do que fez Jesus na última ceia; não na mera narração, ainda que acompanhada de gestos. Assim, advertem os moralistas que não basta relatar historicamente o que Jesus fez. É necessário pronunciar as palavras da consagração com intenção de repetir o que Jesus realizou, porquanto o sacerdote, ao celebrar, representa Jesus Cristo, opera “in persona Christi”. No novo “Ordo” não se toma em consideração semelhante precisão, no entanto, essencial. Pelo contrário, ao passo que sublinha a parte narrativa, nada diz da parte propriamente sacrifical. Assim, ao expor a Prece eucarística fala de “narratio institutionis” (n. 54 d) [narração da instituição]; de maneira que as expressões “Ecclesia memoriam ipsius Christi agit” [A Igreja faz a memória do próprio Cristo] e a outra do final da consagração: “Hoc facite in meam commemorationem” [fazei isto em minha memória] têm o sentido indicado pela explanação dada anteriormente nas normas gerais (n. 54 d). Observamos que a frase final da consagração, “Haec quotiescumque feceritis, in mei memoriam facietis” [todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em minha memória] era muito mais expressiva para dizer que, na Missa, repetia-se a ação de Jesus Cristo. – Acresce que a introdução, entre as palavras essenciais da consagração, das expressões: “Accipite et manducate ex hoc omnes” [Tomai e comei dele todos], e “Accipite et bibite ex eo omnes” [Tomai e bebei dele todos] levam a parte narrativa dentro do mesmo ato sacrifical. De maneira que, na Missa de S. Pio V, o texto e os gestos orientavam, naturalmente, o sacerdote para a ação sacrifical propiciatória, quase impunham a intenção ao sacerdote que celebrava. E assim, a “lex supplicandi” [lei da oração] se conformava perfeitamente à “lex credendi” [lei da fé]. Não se pode dizer o mesmo do novo “Ordo Missae”. No entanto, dada a gravidade da ação, e mais os tempos modernos excessivamente trepidantes, e dadas ainda as condições psicológicas das novas gerações, o “Ordo Missae” deveria facilitar o celebrante a ter presente a intenção necessária para realizar válida e condignamente o ato do Santo Sacrifício.

4. Presença Real – O Sacrifício da Missa está intimamente ligado à presença real de Jesus Cristo na SS. Eucaristia. Essa é conseqüência daquela. Na transubstanciação opera-se a mudança da substância do pão e do vinho no Corpo e Sangue do Salvador, e realiza-se o sacrifício. Como conseqüência, permanece no altar a vítima perene. A Hóstia do Sacrifício, que permanece, passado o ato sacrifical. O Novo “Ordo”, desde a definição da Missa (n. 7) deixa pairar uma ambigüidade sobre a presença real, mais ou menos confundida com a presença meramente espiritual, na oração de dois ou três congregados no nome de Jesus. Depois, a supressão de quase todas as genuflexões – maneira tradicional de adorar entre os latinos – a ação de graças sentado, a possibilidade de celebração sem a pedra d’ara, em simples mesa, a equiparação do manjar eucarístico com o manjar espiritual, tudo é de molde a obscurecer a fé na Presença real. – A última consideração sobre a equiparação entre o manjar eucarístico e o manjar espiritual, deixa no ar a idéia de que a Presença de Jesus na SS. Eucaristia está no uso, como acontece com a palavra de Deus. E daí a resvalar para o erro dos luteranos não é tão difícil, especialmente numa sociedade pouco dada à reflexão de ordem transcendente. Igual conclusão é favorecida pela função do altar: é ele apenas a mesa, onde não há, normalmente, lugar para o Sacrário, onde habitualmente se conserva a Vítima do Sacrifício. Também a disciplina no sentido de levar os fiéis a comungarem da mesma hóstia que o celebrante, de si, cria a idéia de que, acabado o sacrifício, não há mais lugar para a sagrada reserva. Assim, toda a disposição do Novo “Ordo Missae” não só não afervora a fé na presença real, senão que a diminui.

5. Sacerdócio hierárquico – Define o Tridentino que Jesus instituiu os apóstolos sacerdotes para que eles e outros sacerdotes, seus sucessores, oferecessem seu Corpo e Sangue (cân, 2, ses. 22). De maneira que a realização do Sacrifício da Missa é ato que exige a consagração sacerdotal. Por outro lado, o mesmo Concílio de Trento condena a tese protestante que faz de todos os cristãos sacerdotes do Novo Testamento. Vê-se, pois que, segundo a fé, só o sacerdote hierárquico é capaz de realizar o Sacrifício da Nova Lei. Esta verdade é diluída no Novo “Ordo Missae”. Neste “Ordo” a Missa é mais do povo do que do sacerdote. É também do sacerdote, porque este faz parte da multidão. Não aparece como o mediador “ex hominibus assumptus in iis quae sunt ad Deum” [tomado dentre os homens para aquelas coisas que se referem a Deus], inferior a Jesus Cristo e superior aos fiéis, como diz S. Roberto Belarmino. Ele não é o juiz que absolve. É simplesmente o irmão que preside.

Outras observações poderíamos fazer que confirmariam o que acima dizemos. Julgamos, no entanto, que as questões apontadas bastam para mostrar que o novo “Ordo Missae” não se ajusta à Teologia da Missa, estabelecida de modo definitivo pelo Concílio de Trento, e por isso, constitui um grave perigo para a pureza da Fé.

Dom Antonio de Castro Mayer, Bispo de Campos (Brasil), publicado em ONTEM HOJE SEMPRE, Campos, Janeiro-Março de 2000.