sexta-feira, 29 de abril de 2016

179ª Nota - Mais um escândalo de Francisco Bergoglio



Dirigindo-se a um grupo de jovens no parque Villa Borghese de Roma, aos 24 de abril de 2016, para comemorar o “Dia da Terra”, o papa argentino disse o seguinte:

Ecco, queste sono le cose che mi vengono in mente. E come si fa questo? Semplicemente nella consapevolezza che tutti abbiamo qualcosa in comune, tutti siamo umani. E in questa umanità ci avviciniamo per lavorare insieme. “Ma io sono di questa religione, di quella…” Non importa! Avanti tutti per lavorare insieme. Rispettarsi, rispettarsi! E così vedremo questo miracolo: il miracolo di un deserto che diventa foresta. Gracie tante per tutto quello che fate! Grazie.

Eis, que estas são as coisas que me vêm à mente. E como fazer isto? Basta estar consciente de que todos nós temos algo em comum, somos todos humanos. E com esta humanidade comum, trabalhemos juntos. “Porém, eu sou desta religião; eu sou daquela...” Não importa [a religião]! Avancemos para trabalhar juntos. Respeitemo-nos uns aos outros! Respeitemo-nos uns aos outros! E assim veremos esse milagre: o milagre de um deserto que se torna uma floresta. 

quinta-feira, 28 de abril de 2016

178ª Nota - Santo Tomás de Aquino sobre o islamismo



Tão maravilhosa conversão do mundo para a fé cristã é de tal modo certíssimo indício dos sinais havidos no passado, que eles não precisaram ser reiterados no futuro, visto que os seus efeitos os evidenciavam.

Seria realmente o maior dos sinais miraculosos se o mundo tivesse sido induzido, sem aqueles maravilhosos sinais, por homens rudes e vulgares, a crer em verdades tão elevadas, a realizar coisas tão difíceis e a desprezar bens tão valiosos.

Mas ainda: em nossos dias Deus, por meio dos seus santos, não cessa de operar milagres para confirmação da fé.

No entanto, os iniciadores de seitas errôneas seguiram caminho oposto, como se tornou patente em Maomé (o fundador do Islã):

a) Ele (Maomé) seduziu os povos com promessas referentes aos desejos carnais, excitados que são pela concupiscência;

b) Formulou também preceitos conformes àquelas promessas, relaxando, desse modo, as rédeas que seguram os desejos da carne;

c) Além disso, não apresentou testemunhos da verdade, senão aqueles que facilmente podem ser conhecidos pela razão natural de qualquer medíocre ilustrado. Além disso, introduziu, em verdades que tinha ensinado, fábulas e doutrinas falsas;

d) Também não apresentou sinais sobrenaturais. Ora, só mediante estes há conveniente testemunho da inspiração divina, enquanto uma ação visível, que não pode ser senão divina, mostra que o mestre da verdade está inspirado de modo invisível. Mas Maomé manifestou ter sido enviado pelo poder das armas, que também são sinais dos ladrões e dos tiranos;

e) Ademais, desde o início, homens sábios, versados em coisas divinas e humanas, nele não acreditaram. Nele, porém, acreditaram homens que, animalizados no deserto, eram totalmente ignorantes da doutrina divina. No entanto, foi a multidão de tais homens que obrigou os outros a obedecerem, pela violência das armas, a uma lei;

f) Finalmente, nenhum dos oráculos dos profetas que o antecederam dele deu testemunho, visto que ele deturpou com fabulosas narrativas quase todos os fatos do Antigo e do Novo Testamento. Tudo isso pode ser verificado ao se estudar a sua lei. Já também por isso, e de caso sagazmente pensado, não deixou para leitura de seus seguidores os livros do Antigo Testamento, para que não o acusassem de impostura;

g) Fica assim comprovado que os que lhe dão fé a sua palavra creem levianamente.

(Santo Tomás de Aquino, Suma contra los Gentiles. Livro I, Capítulo VI, Club de Lectores, Buenos Aies, 1951, 321. p.76 e ss.).

quarta-feira, 27 de abril de 2016

177ª Nota - Tradicionalistas ou pseudotradicionalistas



Pio VI ante a ambiguidade não nos aconselha a não pensar mal; senão, pelo contrário, considera ser o melhor procedimento: “podare via inita est (…), ut perversa significatio notaretur”; isto é, ante os rodeios da ambiguidade [há que] fazer emergir o sentido perverso, oposto à doutrina católica, e censurá-lo. (D.S. 2600)
A Igreja obriga a denúncia. (Cânon 1.935, 2)
Alexandre VII, Papa, condenou a proposição seguinte: “Quamvis evidenter tibi constet Petrum haereticum esse, si probare non possis, non teneris denuntiare”. (D.S. 2025)
É bastante citado e bem conhecido o texto de Santo Tomás sobre a repressão aos Superiores: “Sciendum est tamen quod, ubi immineret periculum fidei, etiam publice, praelatii essent a subditis arguendi” (S.T. 2-2, 33, 4 ad 2). [Quando há perigo para a Fé, os prelados devem ser repreendidos pelos súditos, inclusive publicamente.]
No curso da história houve exemplos de reação contra a cabeça suprema, tanto contra a heresia como contra os erros cometidos por fraqueza, como por Santo Hilário e São Jerônimo, contra o venerável Papa (São) Libério.
Assim São Columbano repreendeu o Papa São Bonifácio, por certas informações que chegaram aos seus ouvidos; e assim disse: “Se tiveres uma falta, se estiverdes desviado da fé (...); vossos súditos poderiam, com pleno direito, opor-se e romper a comunhão convosco; e se fosse verdade e não algo inventado (...): vossos filhos viriam a ser a Cabeça e Vós a cauda”. (Dt. 28,44) “Assim, aqueles que mantiveram a fé ortodoxa, seriam vossos juízes” (Epist. 9, P.L. 80, col. 279).
Os santos Bruno de Segni, Godofredo de Amiens e Norberto de Magdeburgo dirigiram duras palavras de reprovação ao Papa Pascoal II, por haver cedido na questão das investiduras.
E, sobre isto, bastante ilustrativa é a anedota que se conta sobre o Cardeal Carafa, depois Papa Paulo IV: “Júlio II, Papa, enviou um mensageiro ao Cardeal Carafa, que mantinha em prisão, como herege, a um religioso, para que o soltasse.” Respondeu-lhe então o Cardeal Carafa ao mensageiro: “Diga ao Papa, em meu nome, que se ele não permite que o Santo Ofício opere legitimamente segundo o Direito, além de fazer uma injúria a Deus, não poderia ocupar a Sede que ocupa” (Cfr. Pe. A. Caracciolo C.R.; De Vita Paulo IV; Collectanea Histórica – 1612 -p. 157).
Por tais exemplos, observamos que não esperavam estes santos homens, para repreender os Papas, que se consumasse o crime de uma heresia formal; bastava-lhes o fato material do desvio da fé, um simples indício ou uma simples suspeita.
Evitavam assim que as coisas chegassem a ser maiores, a saber, a uma heresia formal, ou que se consolidassem os erros.
Porém, que ocorre hoje?
Como foi possível que os “Papas” conciliares ou pós-conciliares pudessem chegar a proclamar, no exercício do papado, isto é, em seu ensinamento oficial, não meramente privado, erros, sem contar as heresias formais? Por não haver reprovado e rechaçado seus princípios oportunamente; por terem sidos subestimados todos os indícios racionais de criminalidade e prevaricação.
Principiis obsta!
Os responsáveis — não me refiro a seus cúmplices, senão aos incautos, covardes e perplexos, tanto pastores, principalmente, como fieis ilustrados — não fizeram o que deviam ter feito: arrancar o mal pela raiz, segundo as normas da encíclica Pascendi de São Pio X.
Foram subestimando os erros iniciais; desse modo foram excusando e admitindo erros, depois o erro e os hereges foram tomando alento para, pouco a pouco, chegar aos fieis.
Sem embargo, há mais: Houve não somente passividade e covardia, mas também surgiram vozes que se diziam tradicionalistas, e que sem misericórdia, impugnavam os argumentos dos que, de modo clarividente e forte, se dispunham a combater o mal pela raiz. Insultavam-nos de modo cruel, qualificando-nos de cismáticos.
Estes tradicionalistas, dizendo-se antissedevacantistas, furibundos, movidos por seus prejulgamentos, de boa ou má fé, interpretam o Direito Canônico como simples lei humana, da forma como lhes convém.
Deste modo, reduziam o Cânon 188, 4, a sua mínima expressão, considerando-o, em tudo, como mera lei de Direito Eclesiástico, e que, por isso, não afetava ao Papa.
E quanto à bula de Paulo IV, “Cum ex Apostolatus”, consideram-na derrogada.
Estes “tradicionalistas” restringem o campo da infalibilidade papal aos dogmas solenemente definidos, para que se considere alguém como herege exigem a existência de sentença explícita e literal.
A oposição ao Magistério Ordinário e Universal da Igreja não merece, da parte deles, a menor consideração ou nenhuma consideração.
Tais “tradicionalistas” para fazer mais difíceis as coisas contra o expresso pela lei, deslocam o centro da gravidade da prova de que um sujeito é herético, o “onus probandi”, do réu, ou do acusado, a quem incumbe as provas de sua inocência, pondo-o no acusador, que deve demonstrar, com evidência absoluta, o dolo e a pertinácia do acusado. (*)
Seguindo estes princípios, seria impossível considerar alguém como herege. 
No caso da crise atual, seria impossível a solução do problema.
Portanto, resultaria que a Igreja, uma sociedade perfeita, como a fé nos ensina, se veria rebaixada à categoria da mais imperfeita das sociedades, já que qualquer sociedade civil tem todos os recursos necessários para solucionar seus problemas.
(Prof. Tomás Tello Corraliza)
(*) Em oposição a este posicionamento:
https://aciesordinata.wordpress.com/2011/03/30/
https://aciesordinata.wordpress.com/2013/05/10/

https://moimunanblog.wordpress.com/2016/03/27/tradicionalistas-culpables/

terça-feira, 26 de abril de 2016

176ª Nota - Protocolos dos Sábios de Sião


Sua origem é presumida, mas esse documento é real e suas ideias são seguidas à risca. O Priorado de Sião é, segundo muitos, um grupo judaico-maçônico, adoradores de Lúcifer, praticantes da Cabala. É a sinagoga de Satanás de que falava Nosso Senhor Jesus Cristo. O documento mostra o modus operandi do domínio das massas. As notas e os comentários são valiosos.

CAPÍTULO I

Resumo: O direito reside na força. A liberdade é uma idéia. O liberalismo. O ouro. A fé. A autonomia. O despotismo do capital. O inimigo interno. A multidão. A anarquia. A política e a moral. O direito do mais forte. O poder judaico-maçônico é invencível. O fim justifica os meios. A multidão é cega. O alfabeto político. As discórdias dos partidos. A forma de governo que melhor conduz ao nosso fim é a aristocracia. As bebidas alcoólicas. O classicismo. A devassidão. O princípio e as regras do governo Judaico e franco-maçom. O terror. Liberdade. Igualdade. Fraternidade. O princípio do governo dinástico. A destruição dos privilégios da aristocracia dos cristãos. Cálculo psicológico. Abstração da liberdade. Removibilidade dos representantes do povo.

ABANDONANDO toda e qualquer fraseologia, estudemos cada idéia em si mesma e esclareçamos a situação com comparações e deduções. Formularei, portanto, nosso sistema do nosso ponto de vista e do ponto de vista dos cristãos.
É preciso ter em vista que os homens de maus instintos são mais numerosos que os de bons instintos. Por isso se obtém melhores resultados governando os homens pela violência e o terror do que com discussões acadêmicas. Cada homem aspira ao poder, cada qual, se pudesse, se tornaria ditador; ao mesmo tempo, poucos são os que não estão prontos a sacrificar o bem geral para conseguir o próprio bem.
Quem conteve as feras chamadas homens? Quem os guiou até agora? No princípio da ordem social, submeteram-se à força bruta e cega, e mais tarde, à lei, que é essa força mascarada. Concluo, pois, de acordo com a lei da natureza, que o direito reside na força (1). A liberdade política é uma idéia e não uma realidade. É preciso saber aplicar essa idéia, quando for necessário atrair as massas populares ao seu partido com a isca duma idéia , se esse partido formou o desígnio de esmagar o partido que se acha no poder (nota: ex.: Rev. Francesa). Esse problema torna-se fácil, se o adversário recebeu esse poder da idéia de liberdade, do que se chama liberalismo, e sacrifica um pouco de sua força a essa idéia. E eis onde aparecerá o triunfo de nossa teoria: as rédeas frouxas do poder serão logo tomadas, em virtude da lei da natureza, por outras mãos porque a força cega do povo não pode ficar um dia só sem guia, e o novo poder não faz mais do que tomar o lugar do antigo enfraquecido pelo liberalismo. Nos dias que correm, o poder do ouro substituiu o poder dos governos liberais. Houve tempo em que a fé governou. A liberdade é irrealizável, porque ninguém sabe usar dela dentro de justa medida. Basta deixar algum tempo o povo governar-se a si mesmo para que logo essa autonomia se transforme em licença. Então, surgem dissensões que em breve se transformam em batalhas sociais, nas quais os Estados se consomem e em que sua grandeza se reduz a cinzas. Se o Estado se esgota nas suas próprias convulsões ou se suas comoções intestinas o põem a mercê dos inimigos externos, pode ser considerado irremediavelmente perdido; caiu em nosso poder. O despotismo do capital, intacto entre nossas mãos, aparece-lhe como uma tábua de salvação, à qual, queira ou não queira, tem de se agarrar para não ir ao fundo. Aquele cuja alma liberal quiser considerar esses raciocínios como imorais, perguntarei: se todo Estado tem dois inimigos, e se lhe é permitido, sem a menor pecha de imoralidade, empregar contra o inimigo externo todos os meios de luta, como, por exemplo, não lhe dar a conhecer seus planos de ataque ou defesa, surpreendê-lo à noite ou com forças superiores, porque essas mesmas medidas, usadas contra um inimigo pior, que arruinaria a ordem social e a propriedade, seriam ilícitas e imorais? Um espírito equilibrado poderá esperar guiar com êxito as multidões por meio de exortações sensatas e pela persuasão, quando o campo está aberto à contradição, mesmo desarrazoada, mas que parece sedutora ao povo, que tudo compreende superficialmente? Os homens, quer sejam ou não da plebe, guiam-se exclusivamente por suas paixões mesquinhas, suas superstições, seus costumes, suas tradições e teorias sentimentais: são escravos da divisão dos partidos que se opõem a qualquer harmonia razoável. Toda decisão da multidão depende duma maioria ocasional ou, pelo menos, superficial; na sua ignorância dos segredos políticos, a multidão toma resoluções absurdas; e uma espécie de anarquia arruina o governo. A política nada tem de comum com a moral. O governo que se deixa guiar pela moral não é político, e, portanto, seu poder é frágil. Aquele que quer reinar deve recorrer à astúcia e à hipocrisia. As grandes qualidades populares - franqueza e honestidade - são vícios na política, porque derrubam mais os reis dos tronos do que o mais poderoso inimigo. Essas qualidades devem ser os atributos dos reinos cristãos e não nos devemos deixar absolutamente guiar por elas. Nosso fim é possuir a força. A palavra "direito" é uma idéia abstrata que nada justifica. Essa palavra significa simplesmente isto: "Dai-me o que eu quero, a fim de que eu possa provar que sou mais forte do que vós". Onde começa o direito, onde acaba? Num Estado em que o poder está mal organizado, em que as leis e o governo se tornam impessoais por causa dos inúmeros direitos que o liberalismo criou, veio um novo direito, o de me lançar, de acordo com a lei do mais forte, contra todas as regras e ordens estabelecidas, derrubando-as; o de por a mão nas leis, remodelando as instituições e tornando-me senhor daqueles que abandonaram os direitos que lhes dava a sua força, renunciando a eles voluntariamente, liberalmente...
Em virtude da atual fragilidade de todos os poderes, nosso poder será mais duradouro do que qualquer outro, porque será invencível até o momento em que estiver tão enraizado que nenhuma astúcia o poderá destruir...
Do mal passageiro que ora somos obrigados a fazer nascerá o bem dum governo inabalável, que restabelecerá a marcha regular do mecanismo das existências nacionais perturbadas pelo liberalismo. O resultado justifica os meios. Prestamos atenção aos nossos projetos, menos quanto ao bom e ao moral do que quanto ao útil e ao necessário.
Temos diante de nós um plano, no qual está exposto estrategicamente a linha de que não nos podemos afastar sem correr o risco de ver destruído o trabalho de muitos séculos.
Para achar os meios que levam a esse fim, é preciso ter em conta a covardia, a instabilidade, a inconstância da multidão, sua incapacidade em compreender e discernir as condições de sua própria vida e de sua prosperidade. É necessário compreender que a força da multidão é cega, insensata, sem raciocínio, indo para a direita ou para a esquerda (2). Um cego não pode guiar outro cego sem levá-lo ao precipício; do mesmo modo, os membros da multidão, saídos do povo, embora dotados de espírito genial, por nada entenderem de política não podem pretender guiá-la sem perder a nação.
Somente um indivíduo preparado desde a meninice para a autocracia é capaz de conhecer a linguagem e a realidade políticas. Um povo entregue a si próprio, isto é, aos ambiciosos do seu meio, arruina-se na discórdia dos partidos, excitados pela sede do poder, e nas desordens resultantes dessa discórdia. É possível às massas populares raciocinar tranqüilamente, sem rivalidades intestinas, dirigir os negócios de um país que não podem ser confundidos com os interesses pessoais? Poderão defender-se dos inimigos externos? É impossível. Um plano, dividido por tantas cabeças quantas há na multidão, perde sua unidade, tornando-se ininteligível e irrealizável.
Somente um autocrata pode elaborar planos vastos e claros, pondo cada coisa em seu lugar no mecanismo da estrutura governamental. Concluamos, pois, que um governo útil ao país e capaz de atingir o fim a que se propõe, deve ser entregue às mãos dum só indivíduo responsável. Sem o despotismo absoluto, a civilização não pode existir; ela não é obra das massas, mas de seu guia, seja qual for (3). A multidão é um bárbaro que mostra sua barbárie em todas as ocasiões. Logo que a multidão se apodera da liberdade, transforma-a em anarquia, que é o mais alto grau de barbárie.
Vede esses animais embriagados com aguardente, imbecilizados pelo álcool, a quem o direito de beber sem limites foi dado ao mesmo tempo que a liberdade. Não podemos permitir que os nossos se degradem a esse ponto... Os povos cristãos estão sendo embrutecidos pelas bebidas alcoólicas; sua juventude está embrutecida pelos estudos clássicos e pela devassidão precoce a que a impelem nossos agentes, professores, criados, governantes de casas ricas, caixeiros, mulheres públicas nos lugares onde os cristãos se divertem. (4). No número das últimas, incluo também as mulheres de boa vontade a devassidão e o luxo das perdidas. Nossa palavra de ordem é: Força e Hipocrisia. Somente a força pode triunfar na política, sobretudo se estiver escondida nos talentos necessários aos homens de Estado. A violência deve ser um princípio; a astúcia e a hipocrisia, uma regra para os governos que não queiram entregar sua coroa aos agentes de uma nova força. Esse mal é o único meio de chegar ao fim, o bem. Por isso não nos devemos deter diante da corrupção, da velhacada e da traição, todas as vezes que possam servir as nossas finalidades. Em política, é preciso saber tomar a propriedade de outrem sem hesitar, se por esse meio temos de alcançar o poder. Nessa conquista pacífica, nosso Estado tem o direito de substituir os horrores da guerra pelas condenações à morte, menos visíveis e mais proveitosas para conservar o terror (5) que obriga os povos a obedecerem cegamente. Uma severidade justa, mas inflexível, é o maior fator da força dum Estado; não é somente nossa vantagem, porém nosso dever, para obter a vitória, seguir esse programa de violência e hipocrisia. Semelhante doutrina, baseada no cálculo, é tão eficaz quanto os meios que emprega. Não só por esses meios, mas também por essa doutrina de severidade, nós triunfaremos e escravizaremos todos os governos ao nosso supremo governo (6). Bastará que se saiba que somos inflexíveis para que cesse toda insubordinação.
Fomos nós os primeiros que, já na antigüidade (7), lançamos ao povo as palavras "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" (8), palavras repetidas tantas vezes pelos papagaios inconscientes que, atraídos de toda a parte por essa isca, dela somente tem usado para destruir a prosperidade do mundo, a verdadeira liberdade individual, outrora tão bem garantida dos constrangimentos da multidão. Homens que se julgavam inteligentes não souberam desvendar o sentido oculto dessas palavras, não viram que se contradizem, não repararam que não há igualdade na natureza, (9), que nela não pode haver liberdade, que a própria natureza estabeleceu a desigualdade dos espíritos, dos caracteres e das inteligências, tão fortemente submetidos às suas leis; esses homens não sentiram que a multidão é uma força cega; que os ambiciosos que elege são tão cegos em política quanto ela; que o iniciado, por mais tolo que seja, pode governar, enquanto que a multidão dos não-iniciados, embora cheia de gênio, nada entende da política. Todas essas considerações não abrolharam no espírito dos cristãos; entretanto, é nisso que repousa o princípio dinástico dos governos; o pai transmite ao filho os segredos da política, desconhecidos fora dos membros da família reinante, a fim de que ninguém os possa trair. Mais tarde, o sentido da transmissão hereditária dos verdadeiros princípios da política se perdeu. O êxito de nossa obra aumentou.
Todavia, no mundo, as palavras Liberdade, Igualdade, Fraternidade puseram em nossas fileiras, por intermédio de nossos agentes cegos, legiões inteiras de homens que arvoraram com entusiasmo nossos estandartes. Contudo, tais palavras eram os vermes que roíam a prosperidade dos não-judeus, destruindo por toda a parte a paz, a tranquilidade, a solidariedade, minando todos os alicerces de seus Estados. Vereis pelo que se segue como isso serviu ao nosso triunfo; isso nos deu, entre outras coisas, a possibilidade de obter o triunfo mais importante, isto é, a abolição dos privilégios, a própria essência da aristocracia dos cristãos, o único meio de defesa que tinham contra nós os povos e as nações. (10). Sobre as ruínas da aristocracia natural e hereditária, elevamos nossa aristocracia da inteligência e das finanças. Tomamos por critério dessa nova aristocracia a riqueza, que depende de nós, e a ciência, que é dirigida por nossos sábios. Nosso triunfo foi ainda facilitado pelo fato de, nas nossas relações com os homens de quem precisamos, sabermos tocar as cordas mais sensíveis da alma humana: o cálculo, a avidez, a insaciabilidade dos bens materiais, todas essas fraquezas humanas, cada qual capaz de abafar o espírito de iniciativa, pondo a vontade dos homens à disposição de quem compra sua atividade. A ideia abstrata da liberdade deu a possibilidade de persuadir às multidões que um governo não passa de gerente do proprietário do país, que é o povo, podendo-se mudá-lo como se muda de camisa.
A removibilidade dos representantes do povo coloca-os à nossa disposição; eles dependem de nossa escolha.

Notas e comentários
(1)   É o conceito judaico do direito naturalista de Espinoza. A conferir com a famosa declaração, em discurso, de Stalin: "Nós, os comunistas, não reconhecemos nenhuma lei moral que de qualquer modo prejudique a liberdade de ação do plano central da revolução".
Esta declaração dos "Protocolos", de que o direito reside na força, está de acordo com o Talmud, que, segundo as palavras do Prof. Cohen, em abril de 1833, citadas às páginas 62 e 63 do "Lichststrahlen am den Talmud", ("Raios de luz do Talmud"),
de Dinter, "deve ser considerada, ainda hoje, como a única fonte da moral judaica" e como "a fonte judaica das leis judaicas". O escritor judeu Kadmi Cohen, com efeito, no seu livro "Nômades", págs. 52-53, diz que " o direito talmúdico nega o fato e exalta a vontade". Cita o próprio texto talmúdico que completa o conceito de residir o direito na força: Ein davar havened Bifnei haraçon, o que quer dizer: Nada pode resistir à vontade. Em contraposição, o direito romano-cristão se baseia em três preceitos morais: Honeste vivere, viver honestamente; neminem laedere, não lesar a ninguém; e suum cuique tribuere, dar o seu ao seu dono. A diferença é substancial e evidente.
(2) Cf. René Guénon, "La crise du monde moderne", edição Bossard, Paris, 1927, pág. 185 : "A massa, sem dúvida, foi sempre conduzida deste ou daquele modo, podendo-se concluir, porque ela não passa dum elemento passivo, que é uma matéria no sentido aristotélico".
(3) Cf. E. Eberlin, escritor judeu, no "Les Juifs d'Aujourd'hui", edição Rider, Paris, 1927, pág. 41: "A alta burguesia judaica pretende impor seus pontos de vista, aonde possa, à massa popular". (Eles mesmo admitindo...)
(4) O tráfico das brancas e dos entorpecentes (já na época), a prostituição em larga escala, devidamente industrializada (já na época), é obra reconhecidamente judaica. Há uma sociedade internacional denominada "Zwig Migdal", que explora esse rendoso negócio e contra a qual têm sido impotentes as polícias dos Estados Modernos, corrompidos ou judaizados e liberais. Ver a documentação reveladora em Julio Alsogaray, "La prostitutión en Argentine", ed. Denoel et Steele, Paris.
(5) O papa Bento XV compreendeu isso admiravelmente e preveniu a cristandade em sua epístola Motu Proprio: "Eis que amadurece a ideia e que a todos os piores fatores de desordem ardentemente se devotam e da qual esperam a realização, o advento duma República Universal, baseada nos princípios da igualdade absoluta dos homens e na comunhão dos bens, da qual seja banida qualquer distinção de nacionalidades e que não reconheça nem a autoridade do pai sobre os filhos, nem a do poder público sobre os cidadãos, nem a de Deus sobre a sociedade humana. Postas em prática, tais teorias devem desencadear um regime de inaudito terror"... 
(6) A República Universal, sem autoridade, isto é, com a violência no lugar da autoridade, a que aludiu Bento XV.
(7) Cf. Kadmi-Cohen,"Nômades", pág. 72: "Assim, nos corações semitas, para falar como Ibn Kaldun, floresciam como realidades vivas a Liberdade e a Igualdade, esses dois princípios gêmeos que, depois não passaram de letras maiúsculas inscritas nos preâmbulos das constituições e na fachada dos edifícios públicos".
(8) Cf. Bernard Lazare, "L'Antisemitisme", vol II, págs 175-176: "...os judeus acreditaram, não somente que a justiça, a liberdade e a igualdade podiam ser soberanas do mundo, mas se julgaram com a missão especial de trabalhar para esse reino. Todos os desejos, todas as esperanças que estas três ideias faziam nascer acabaram por se cristalizar em torno duma ideia central: a dos tempos messiânicos."
(9) Ver René Guénon, "Orient et Ocident", pág. 64: "O preconceito quimérico da igualdade vai de encontro aos fatos mais bem estabelecidos na ordem intelectual como na ordem física: é a negação de toda a hierarquia natural e o rebaixamento de todo o reconhecimento ao entendimento limitado do vulgo".

(10) Um autor judeu reconhece isso, Jack London, quando escreve à página 206 do "Le Peuple de L'Abime": "Os grandes senhores feudais de antanho, gigantes louros da história, marchavam à frente nas batalhas. Sacrificavam sua pessoa, lutando duramente para ganhar suas esporas de ouro, fendendo os inimigos ao meio. Havia mais nobreza em manejar a espada de gume de aço do que em enriquecer, como hoje, comodamente sem risco, à custa do embrutecimento humano e da exploração feroz dos párias da vida". 

segunda-feira, 25 de abril de 2016

175ª Nota - As fontes do Divórcio


VISÃO PANORÂMICA DO OCIDENTE

Um dos mais eruditos professores da Universidade de Harvard e dos mais respeitados sociólogos da atual América do Norte, Carle Zimmermann, apesar de se não dizer católico, como Nelson Carneiro, e de não pedir, como faz este deputado em sua campanha divorcista, nem ‘as orações dos fiéis’ nem ‘a benção de Deus’; aquele sociólogo, no livro intitulado ‘Family and Civilization’, faz uma interessante história do conceito de Família, no Ocidente, e dos fatos que determinaram a degradação desse conceito. Estudo tão imparcial e objetivo, que os leitores também objetivos e imparciais hão de aplicar o processo que explicamos no Prefácio: a indução incompleta. Se verificamos que o divórcio, nos outros países, é fruto de decadência moral, temos o direito de concluir que, em nosso país, não seria fruto de coisa melhor.
Vamos ler Carle Zimmermann, obra citada, pgs. 553 a 556 – New York and London, Harper and Brothers – 1947.

SÉCULOS XII – XIV

CONCEITO DE FAMÍLIA – Sacramento, união santificada pela graça. Esposo e esposa, pais e filhos unidos inquebrantavelmente. Homem e mulher unidos por toda a vida. O casamento começa com o noivado (‘Sponsalia’).

PRINCIPAIS FONTES DESSE CONCEITO – Autoridades eclesiásticas, autoridades do Direito Canônico e quase total ausência de crítica da doutrina sobre família. Nenhuma lei civil sobre o casamento.

SÉCULOS XV – XVI

CONCEITO DE FAMÍLIA – A família considerada como união feita pelo homem, não mais como Sacramento, nem como especificamente criada por uma autoridade divina. E à semelhança de todas as coisas feitas pelo homem, o casamento podia ser dissolvido, sob condições extremas. ‘Sponsalia’ (noivado) como começo de casamento, já começando a ser discutido.

PRINCIPAIS FONTES DESSA QUEDA DE CONCEITO – Lutero, Calvino, escritores protestantes, humanistas, certos professores de Direito Canônico e uma minoria no Concílio de Trento, sendo esse criticismo mais ativo em leis de velhos estados bárbaros.

SÉCULO XVII

CONCEITO DE FAMÍLIA – Assunto de Família ainda sagrado, mas excluindo-se o Sacramento. As igrejas separadas querendo regulamentar a Família, quase como a Igreja Católica... Os atos religiosos tendem a tornar-se também um ato civil... O registro de casamento começa em ambos os foros: religioso e civil.

PRINCIPAIS FONTES DESSA QUEDA DE CONCEITO – Juristas alemães e norte-europeus. O período da revolução de Cromwell, na Inglaterra. Em França, a legislação de Blois e outras leis uniram a jurisdição civil e religiosa da Família. Nas colônias americanas, exigindo o casamento civil, mas qualquer infração contra ele é punida severamente.

SÉCULO XVIII

CONCEITO DE FAMÍLIA – A Família é apenas um contrato público. O clero presente como convidado, e não como autoridade... Enfraquece a concepção de Família. A Revolução Francesa, marco na história do divórcio, ao passo que a revolução inglesa, no século anterior, não o admitiu. Começo da concepção de Família como exclusivamente um contrato civil. Aceitação geral de uma ideia legislativa de divórcio. Divórcio absoluto em círculos não católicos. Os elementos de Família enfraquecendo-se em seu controle de doutrina sobre Família.

PRINCIPAIS FONTES DESSA QUEDA DE CONCEITO – Margaret de Loraine, Montaigne, Rousseau, começo do movimento feminista contra a Família. ‘Les philosophes du XVIII siécle ont secularisé la conception du mariage’... Os mais conhecidos filósofos da Alemanha e Inglaterra. As Famílias coloniais americanas voltam-se para o casamento religioso, mas praticando a limitação da Família. Assim, a futura população, nesse país, aumenta com a enchente de imigrantes, a começar pelos escoceses, irlandeses e alemães do Palatinado.

SÉCULO XIX

CONCEITO DE FAMÍLIA – O mais fraco possível. A ideia leiga e absoluta do divórcio espalha-se em todos os lugares, com o código napoleônico e a revolução industrial. As leis americanas fazem da Família um contrato privado. Divórcio para todos (‘Omnibus Divorce’). A concepção ‘Fame sole’ liberta as pessoas da dominação de Família, disso resultando as leis de Husband e reações como a Galicana, no séc. XVIII. Tudo passa de Status para contrato. Idade não de Familismo, porém de individualismo dourado. Os elementos individualistas ganham o controle da doutrina de Família. O controle público da Família é seriamente deturpado.

PRINCIPAIS FONTES DESSA QUEDA DE CONCEITO – As leis dos países europeus. A lei americana de Família. Irrupção do conceito anti-familiar de Carlos Marx. A teoria evolucionista de aniquilamento da Família ganha aceitação dominante. Começo do receio de superpopulação. Aceitação geral do casamento sem filhos e poligamia sucessiva, como nos últimos dias de Roma e da Grécia.

SÉCULO XX

CONCEITO DE FAMÍLIA – Contrato privado de fato. A revolução russa quebra os laços da Família européia oriental. Medo da dispopulação e das guerras. Estados ditatorias forcejam contra o familismo (Alemanha, Rússia e Itália). Outros tentam comprá-lo por abono de Família (França, Inglaterra, América e Suécia). Geral colapso dos valores da Família. Alguns literatos têm receio das próprias doutrinas anti-familistas. Eminentes lógicos e matemáticos escrevem contra o casamento e a Família. Concubinato e formas secundárias de casamento, propostos por homens públicos. Pelo receio de uma controvérsia moral, a dignidade do casamento é prostituída na imprensa, no rádio e nas altas rodas. Os grupos individualistas e estadistas controlam a doutrina sobre a Família. Esforços por reviver o controle público do Familismo.

PRINCIPAIS FONTES DESSA QUEDA DE CONCEITO – REAÇÕES – Leis e propagandas em vários países. A Rússia abandona as suas experiências. Os nazistas e fascistas fazem relacionar-se Familismo e cidadania. A Lei americana de Família enche seis volumes e, na maior parte, não satisfaz, segundo a opinião dos legisladores. Renasce o medo da subpopulação. Acelera-se violentamente a rotura da Família, depois da Segunda Guerra Mundial, o que prova um contramovimento. Polarização dos valores da Família, tanto quanto no tempo de S. Basílio. Jornais “conservadores” atacam o Familismo como sem valia e prejudicial. Pais presos por crimes de juventude. Os ricos defendem o casamento como contrato privado.

CONCLUSÃO
De tudo isso rebenta uma conclusão necessária: O divórcio não é fruto da civilização, mas da decadência. Não é fruto da virtude, mas do mal. E quando o deputado Nelson Carneiro, suplicar ‘as orações dos fiéis e a bênção de Deus’ para o seu Projeto de divórcio, saibamos dizer-lhe que os católicos só podem rezar pelo que é bom, e que Deus não manda bênção, e sim maldição para o que é mau.
Sirva-nos de exemplo a civilização de outros países, tão demagogicamente evocada pelo mesmo deputado. Esses países adotaram a lei do divórcio, é verdade, mas para ruína da Família e da própria civilização. Exatamente o que diz o sociólogo americano: ‘Como nos últimos dias de Roma e da Grécia’...
Convém ainda lembrar que não somos nenhuma colônia de país europeu nem dos EUA, assistindo-nos, portanto, o direito de reagir com aquela altivez com que Ruy Barbosa reagiu, citando a ‘um dos maiores luminares na jurisprudência e nos estudos sociais da Itália: Em matéria de autoridade quer-me parecer que alguma coisa vale também a do povo italiano, entre as dos outros, ao menos quanto ao que na Itália se tem de fazer’.

(Excerto de AS FONTES DO DIVÓRCIO, Mons. Francisco de Sales Brasil, Editora Paulinas, II Edição – 1953)

segunda-feira, 18 de abril de 2016

174ª Nota - Sermão de São João Crisóstomo para os que se comportam mal na santa missa: merecedores de que um raio seja lançado sobre eles



É desagradável o que eu vou dizer, mas vou dizê-lo, no entanto. Entre toda essa multidão, não há de ser encontrada uma centena com chances de ser salvo; ou melhor, até mesmo estes eu questiono. Pensem: que maldade existe nos jovens, e que indiferença nos idosos!
E não venham me dizer: “Nós somos uma multidão considerável”; esse é o discurso de homens que falam sem pensar ou sentir. Mas, se vós não acreditais em mim, pergunte às nações, aos perseguidores do tempo, em que a conduta dos cristãos era mais rigorosa, e foram eles mais provados. Poucos eram em número, mas eram ricos em virtudes.
Por exemplo, de que vale ter feno em abundância, quando se poderia ter pedras preciosas? O montante não consiste na soma dos números, mas no valor comprovado. Elias foi um: mas o mundo todo não valia tanto quanto ele. Que necessidade tenho eu de uma multidão? Ela é (apenas) mais alimento para o fogo.
Isso também se pode ver na guerra: melhor são dez homens bem treinados e valentes, do que dez mil sem nenhuma experiência. Estes últimos, além de não trabalharem, atrapalham os que trabalham. O mesmo também se pode ver no caso de um navio: melhor são dois marinheiros experientes, do que grande número de inábeis, pois estes afundarão o navio.
Essas coisas eu vos digo para que ninguém admire a Igreja por causa de seus números, mas para que possamos aprender a ser uma multidão realmente digna; para que cada um possa zelar não somente sobre o seu dever, não somente em relação a seus amigos, ou a seus parentes, como sempre digo, ou a seus vizinhos, mas que possa atrair os estrangeiros também.
Por exemplo, a oração está acontecendo; lá se encontram os jovens estupidamente indiferentes, e os velhos também (…); rindo, rindo abertamente, falando a ponto de até mesmo eu ouvir o que está sendo dito, e zombando um do outro (…). E lá está você, jovem ou velho: repreenda-os ao vê-los (comportando-se assim). Se não se contiverem, repreenda-os mais severamente: chame o diácono, ameace, faça o que está ao seu alcance.
Você não sabe que está de pé em companhia dos anjos? Com eles você canta, com eles entoa hinos, e você fica rindo? Não é surpreendente que um raio não seja lançado, não somente sobre aqueles (que se comportam assim), mas também sobre todos nós? Para tal comportamento a visita de um raio cairia muito bem.
O Imperador está presente, está revistando a tropa: e, mesmo com Seus olhos sobre você, você fica rindo, ou suporta ver outro rindo? Quanto tempo ainda teremos que continuar censurando, quanto tempo reclamando? Quem ri na hora do Terrível Mistério? Quando vão deixar de dizer trivialidades, de falar no instante da bênção? Não têm vergonha diante dos presentes? Não têm temor a Deus?
Já não basta nossos próprios pensamentos ociosos, já não é suficiente que em nossas orações a mente vagueie de lá para cá… O riso alheio também tem necessidade de interferir, e as rajadas de alegria? É uma diversão teatral o que é feito aqui?
Portanto, eu solenemente protesto contra vocês, os que fazem barulho, e isso será para vocês causa de juízo e condenação. E de hoje em diante, se acaso você ver uma pessoa se comportando de forma desordenada, se acaso ver qualquer pessoa falar, especialmente naquela parte (do Serviço), fale com ela. Interrompa a sua oração e a repreenda, para que você possa fazer o bem a ela e obter bênçãos para si, e assim também todos sejam salvos e alcancem o Reino dos Céus, por meio da graça e bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

(São João Crisóstomo, Excerto da Homilia sobre os Atos dos Apóstolos, 24)

sexta-feira, 15 de abril de 2016

173ª Nota - Recado aos brasileiros


O Brasil é um país onde não há católicos santos, cultos, combatentes e expressivos. Não temos mais entre os leigos um Jackson de Figueiredo ou um Gustavo Corção. O que temos é um povo abaixo da mediocridade, superficial, manipulado e controlado. Isto é um verdadeiro castigo para uma nação que outrora foi chamada Terra da Santa Cruz. Nossos vizinhos americanos, como o México, o Chile, a Colômbia, a Argentina e os EUA, possuem, pelo menos, pessoas que debatem assuntos inteligentes, de maneira inteligente, relacionados ao que verdadeiramente importa, a saber, o catolicismo. Aqui no Brasil somente se busca afrontar a Deus e cometer pecados. E o povo estupidificado aplaude de pé. Que horror! Um mal muito grande recairá contra a nossa nação. Quem estiver vivo, verá! Que Deus tenha infinita misericórdia de todos nós, e que Nossa Senhora nos cubra com o seu manto.

REFLEXÃO

Deus nos fala pelo profeta Isaías: “Eu sou o Senhor e não há outro. Eu formo a luz e crio as trevas, eu faço as venturas e crio a desgraça” (Is. 45, 6-7).
Das mãos de Deus nos vêm todos os bens e todos os males, quer dizer, as coisas que nos aborrecem e que falsamente chamamos de infidelidade ou desgraça. Porque, na realidade, são bens quando as aceitamos como vindas por permissão de Deus. O profeta Amós pergunta: “Se acontece uma desgraça na cidade, não foi o Senhor quem agiu?” (Am. 3, 6).
Sem dúvida, são os pecados pessoais e sociais que provocam os castigos e a vingança de Deus. “Ai da Assíria, vara de minha ira; o bastão que está em sua mão é a minha cólera. Contra uma nação ímpia o envio e contra o povo de minha indignação lhe dou ordens, para entregá-lo ao saque e à pilhagem, para pisá-la aos pés como lama das ruas” (Is. 10, 5-6). A impiedade dos assírios era como uma grande tocha de fogo nas mãos de Deus para castigar os israelitas.
(Excerto do livro “De Bem com Deus”, de Santo Afonso Maria de Ligório)

quinta-feira, 14 de abril de 2016

172ª Nota - Pena de Morte


LA PENA DE MUERTE

ARTICULO III
Argumentos de razón generales
25. – Coloquemos a la cabeza de todos, los que da el príncipe de la teología y filosofia católicas, el Angélico Doctor Santo Tomás de Aquino.

ARGUMENTO I

26. – El bien común de toda la sociedad, dice, vale más que el bien de un individuo particular. Luego se ha de preferir.
Es así que la vida criminal de ciertos hombres impide el bien común, que es la paz y concordia social. Luego se ha de quitar la vida a esos hombres, en cuanto quevoluntariamente impiden el bien común (Suma Contra Gentilies III, c. 146).

ARGUMENTO II

27. – Como el médico, con su operación, pretende la salud; así la Autoridad pretende con la suya la paz, que consiste en la concordia ordenada de los ciudadanos.
Luego así como el médico corta con todo derecho y suma utilidad un miembro gangrenoso que contagia a los demás; así también la Autoridad, por la pena de muerte, con toda justicia y suma utilidad arranca de la sociedad a los pertubadores de la paz común (Suma Contra Gentilies I.c.).

28. En dos palabras: la parte naturalmente es por el todo; luego cuando le daña, debe cortarse. Pero cada persona particular es a toda la sociedad lo que la parte al todo; luego cuando un particular se convierte voluntariamente en enemigo de la paz común, lícitamente la mata la pública Autoridad.

29. – Es evidente que la suprema Autoridad civil tiene legítimo derecho de imponer a los malhechores las penas que exija el fin de la justicia criminal, puesto que ese derecho nace de la naturaleza y fin de la Autoridad pública, esto es, de la obligación que tiene de mantener el orden social; obligación cuyo cumplimiento sería imposible si no se diese a la Autoridad el derecho riguroso a emplear todos los medios necesarios para ello (Quizá piense alguno que si esta razón valiera podría la autoridad degenerar en la más odiosa tiranía. Pero no es así. Porque toda tiranía es un exceso, y en cuanto tal, no sólo sale fuera del ámbito de la virtud, sino que se opone formalmente a ella, y por consiguiente también a la voluntad de Dios. Y como Dios no puede querer cosa contraria a su voluntad, porque todo lo que a ella se opone es mal, y Dios no puede querer el mal; tampoco puede querer la tiranía como medio de gobernar de la sociedad, aunque sea la pena de muerte, es necesariamente bueno; porque es una relación natural procedente del Autor de la naturaleza, fuente y origen de todo bien y de solo bien. Pudiera ser, es cierto, que esa potestad degenerase en una verdadera tiranía; pero fuera de que eso es debido no a la potestad en sí mesma, que de suyo es buena, sino a la imperfección de las cosas humanas, que consigo se llevan las abusos, aun en las cosas mejores; siempre sería cierto: 1º) Que lo mismo puede acontecer y de hecho desgraciadamente acontece muchas veces con cualquier género de potestad, por ej., la de cobrar contribuiciones, distribuir los cargos, etc. Y si por los abusos posibles en el ejercicio de los demás derechos de la Autoridad no deben suprimirse, porque eso sería destruir la sociedad, no mejorarla; tampoco debe negarse a la Autoridad el derecho de imponer la pena de muerte cuando sea necesaria. 2º) Que semejante abuso de la Autoridad siempre estaría en oposición a Dios.)

30. – Ahora bien, recuérdese lo que dijimos antes sobre el doble fin de la justicia criminal: uno defensivo para reprimir la injuria hecha y precaver la por hacer, con el fin de conservar el orden social legítimo: y otro satisfactorio o expiatorio, si asíse quiere llamar, para vengar o mejor exigir una justa retribución del criminal que malévola y temerariamente desprecia el orden social, a fin de que éste quede restabelecido.
Y nótese que este fin de la justicia es admitido por los mismos adversarios de la pena de muerte, puesto que, como dijimos, responde a la gravísima obligación que tiene la Autoridad de procurar establemente la paz social y asegurar el libre ejercicio de los derechos a los ciudadanos.

31. – De donde, si esto es así ¿quién puede dudar de que el fin de la justicia criminal exige para ciertos delitos la pena capital? Nadie, so pena de negar que la justicia criminal pueda cumplir convenientemente con su fin.
Puede, pues, la justicia criminal sancionar y de hecho imponer públicamente aquellas penas temporales que más eficazmente impieden la perpetración de ciertos delitos esencialmente destructivos de la sociedad, por ej., el asesinato o bandidaje de oficio, el parricidio, la traición de la patria, la revolución innecesaria e ilegal, y otros semejantes.


(La Pena de Muerte Frente a la Iglesia y al Estado,  Padre David Nuñez, Buenos Aires – 1956)

quarta-feira, 13 de abril de 2016

171ª Nota - Quadragesimo Anno


Para celebrar o quadragésimo aniversário da Rerum Novarum de Leão XIII, o Papa Pio XI, em 15 de maio de 1931, lança a Quadragesimo Anno, que reitera e renova os ensinamentos anteriores do Magistério, e nos deixa apelos inesquecíveis sobre a condição dos operários em muitas indústrias modernas: “enquanto a matéria bruta e inerte sai enobrecida das oficinas, os homens saem degradados”. Pio XI espalha no orbe mecanizado, tecnicalizado, afastado de Deus, a ressonância da antiga lamentação da Igreja de Cristo sobre a sorte dos pobres e dos aflitos.
Aí está na Q. A. o verdadeiro catolicismo social que não tem esquerda e direita, isto é, que não aceita a dilaceração do homem nem pode admitir que o mecanismo essencial da história seja a inimizade. Em vão procuraremos em Pio XI, em seus predecessores e sucessores, algum texto que desaconselhe ou condene a estrutura econômica firmada na propriedade e na livre empresa. O que a Igreja condena, veementemente, é o mau uso que uma civilização firmada sobre o egoísmo vem fazendo de estruturas e normas em si mesmas boas e exigidas pela lei material; e o que ensina e sempre ensinou e ensinará com infatigável paciência é que, sem virtudes morais e teologais que elevam e santificam o homem, baldado será o esforço de procurar uma sociedade melhor e mais justa. A utopia de uma Supersociedade feita de Subnomes será sempre rejeitada pela Igreja.
(...)
Na Q. A., a parte mais extensa é dedicada precisamente à denúncia das injustiças que ferem a “ordem social” e consequentemente afligem os pobres. Mas nesses mesmos tópicos, ao contrário do que fazem hoje os desvairados que tentaram marxizar a doutrina social da Igreja, o Papa nos previne contra o pior mal, ainda mais injusto e danoso para os pobres: o remédio grosseiramente errado, o veneno do socialismo ou do comunismo marxista. Nos tópicos de 43 até 46, Pio XI não deixa nenhuma brecha para o socialismo nas formas mais mitigadas: “o socialismo, quer como doutrina quer como movimento histórico, ou ‘ação’, na medida em que continua a ser verdadeiramente socialismo, mesmo depois de suas concessões à verdade e à justiça, a que já nos referimos, é incompatível com o dogma católico, já que sua maneira de conceber a sociedade se opõe diametralmente à verdade cristã”.
Da mais virulenta forma de socialismo, o comunismo marxista, eis o que dizia Pio XI na Q. A.: “O comunismo ensina e promove, não oculta nem disfarçadamente, mas clara e abertamente, e por todos os meios, até os mais violentos, duas coisas: a luta de classes e a extinção completa da propriedade privada. Para conseguir seu objetivo nada há que não se atrevam (seus militantes), e nada há que respeitem. E uma vez conseguido, tão atroz e desumano se manifesta seu intento que até parecer coisa incrível e monstruosa”.

(Gustavo Corção, excerto de “O Século do Nada”)

terça-feira, 12 de abril de 2016

170ª Nota - A Década dos Trinta


Sem sombra de dúvidas podemos asseverar que foi nessa altura que nosso século XX manifestou, ora com arrogância, ora com cinismo, todas as vicissitudes de loucura e desespero que, desde o berço, trazia em seus cromossomos históricos.
Desde logo convém assinalar o caráter oscilante e ciclotímico de nosso século, onde se alternam ou se defrontam situações de depressão e situações de exaltação. Nas primeiras, os homens rejeitam todas as dimensões transcendentes e se comprazem num imanentismo, num ideal de térmita, ou de átomo; nas segundas, ao contrário, exaltam todos os seus títulos de glória num delirante esquecimento de sua miséria. Os mais expressivos exemplos de depressão histórica nos são proporcionados pelos socialistas que, desde a revolução russa em 1917, ganham raízes e espaço vital; o tipo oposto é, por sua própria índole, diferenciado em gostos, timbres e matizes do mais variado valor moral, desde a cavalheiresca Falange de José António Primo de Rivera até o teatral fascismo italiano, o cômico integralismo brasileiro e o demoníaco nazismo. Depressão e exaltação, duas formas da mesma desesperança, que é o mal do século. Depressão e exaltação, duas baldadas tentativas de realizar, no mundo e na carne, a “exaltatio” e a “exinanitio” que só se realiza em perfeita conjunção na Cruz de Nosso Senhor. E os dois estados, ora alternados, ora confrontados, às vezes se entrecruzam e então vemos os imanentistas, os aspirantes à terra, bruscamente possuídos de um ardor de violência que parecia apanágio exclusivo do outro semiciclo da loucura. E também vemos os exaltados, os sequiosos de heroísmo e de júbilo de viver de repente inclinados, e irresistivelmente levados ao suicídio. Penso com dolorida simpatia num Drieu La Rochelle, num Brasillach, num José António, e acho simplesmente cômica a denominação comum “fascistas”, com que as esquerdas convencionaram designar os homens mais diferentes do mundo, que só tinham em comum a exaltação.
Por essas e outras, a década dos trinta é a da maior densidade de equívocos de todos os tempos. O jogo esquerda-direita, acelerado, encherá o mundo de moeda falsa.
Outra evidência dessa época, que costuma passar despercebida, é a da dupla guerra civil. Todo o mundo sabe que houve na Espanha, motivada por incríveis abusos cometidos pelos comunistas e anarquistas desde 1931, uma guerra civil violentíssima entre 1936 e 1939, com enorme derramamento de sangue. Mas pouca gente sabe que, no mesmo período, houve uma guerra civil na França, movida pelos mesmos agentes ditos de esquerda. Há, entretanto, entre a guerra civil da Espanha e a guerra civil de França certos contrastes que merecem reparo. A primeira foi estridente e espetacular, a segunda foi invisível; a primeira destruiu igrejas, incendiou cidades, fez heróis e mártires, a segunda destruiu valores espirituais, fez traidores e apóstatas que se entregaram aos piores inimigos da Igreja. E em vez de sangue derramou muita tinta, sem falar na outra substância histórica a que aludia Bernanos.
A Frente Popular na Espanha foi finalmente vencida; o Front Populaire da França arrasou a França, desarmou-a, venceu-a, preparou-a enfim para a humilhação de 1940 e para a vergonha de 1945. O movimento espanhol chamou-se de alzamiento; a invisível corrosão da França mereceria o nome de abaissement ou outro equivalente. E é nesta década de 30 que se inicia essa derrocada francesa que é, sem possível contestação, o principal fator da crise espiritual do moderno mundo católico. O mais belo e glorioso dos reinos católicos ficou “comme um vieux Lion rongé par la vermine”. Mas ainda é na França católica que surgem hoje os mais vigorosos sinais de resistência, da verdadeira Résistance em que todos nos devemos arrolar na defesa do que ainda há de cristão em nossa civilização. Acho inconcebível um mundo sem a França, sem “La France des Bourbons, des Mesdames Maria, Jeanne d’Arc, et Thérèse, et Monsieur Saint-Michel”.

(Gustavo Corção, excerto de “O Século do Nada”)

sexta-feira, 8 de abril de 2016

168ª Nota - Os blasfemos devem ser corrigidos e castigados



Este es un texto que viene muy bien en estos tiempos donde se nos presenta una espiritualidad y santidad desfiguradas y amaneradas, pretendiendo ser la expresión de la caridad, y resulta que es pura moralina flácida, degenerada y barata de un espíritu religioso corrompido, amanerado y afeminado que ha hecho de soldados de Cristo, efebos del Anticristo.

He aquí las palabras de San Juan Crisóstomo, patrono de los predicadores y como su nombre mismo lo indica pico, o boca de oro, por la excelencia de los sermones de este santo Padre de la Iglesia oriental, nacido en Antioquía de la antigua Siria.

P. Basilio Méramo  
Bogotá, 31 de Marzo de 2016

MANDA QUE LOS BLASFEMOS SEAN CORREGIDOS Y VAPULEADOS

Pero ya que se han dicho unas palabras de la blasfemia, quiero pediros un favor a todos vosotros, como recompensa de esta exhortación: que me castiguéis a los que blasfeman en la ciudad, Si vieres a alguno que blasfema de Dios en la calle o en la plaza, acércate, repréndele: y si hay que aplicar (castigo) azotes, no rehúyas; abofetéale la cara, rómpele la boca, santifica tu mano con el golpe. Y dado que algunos denuncien y seas llevado a juicio, sigue: y si el juez en su tribunal sentado te condena, di con libertad que (aquel) ha blasfemado contra el Rey de los ángeles. Pues si a los que blasfeman al rey terreno es preciso castigarlos, mucho más a los que a Dios contumelia, Porque el crimen es común, la injuria pública, lícito es a cualquiera acusar.

Sepan tanto los judíos, como los gentiles, que los cristianos son los custodios conservadores de la ciudad, los curadores, los presidentes, los maestros: y lo mismo adviertan los disolutos y perversos, que los servidores de Dios han de ser temidos de ellos, para que si osaren alguna vez hacer cosa semejante, se lo miren bien por todos lados, y teman las sombras, recelosos de que no vaya algún cristiano que los oye, a asaltarlos y los castigue con gran valentía.

(Tomado de LAS XXI HOMILÍAS DE LAS ESTATUAS, Homilía I-12, p.28).