sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

109ª Nota - Férias católicas


Férias...Tempo para melhor refletir sobre a magnificência de Deus e seus outros atributos...Tempo para melhor refletir sobre nós mesmos e sobre aqueles que nos cercam...Tempo para família...Tempo para leituras...Tempo sempre para a caridade...Tempo para recreações...onde re-criaremos as nossas vidas em conformidade com a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo!

108ª Nota - Fragmento do livro "História de uma Família"


Terminei a leitura do excelente livro “HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA, Uma Escola de Santidade, o lar onde floresceu Santa Teresinha” (1945), do padre Stéphane Joseph Piat.

Excerto:
“É um fato que os modernos julgaram libertar-se das suas cadeias atentando contra a divina arquitetura da família. A revolução francesa deu o primeiro golpe de picareta quando instituiu o casamento civil que nega praticamente o caráter religioso do contrato conjugal. Arrancado a Deus o edifício e entregue às mãos dos homens, não tardou que a vaga furiosa das paixões o conseguisse demolir. Até os alicerces foram atacados. Era lógico. Com que direito pretenderia um legislador humano disciplinar o mais imperioso dos instintos?

Servidão à unidade do lar. Não será crueldade limitar a tal ponto as manifestações de sensibilidade de um coração imenso?

Servidão à indissolubilidade do laço. Como recusar aos casais desunidos a ‘válvula de segurança’ do divórcio?

Servidão ao próprio laço. O amor ‘filho da Boemia’ pode admitir leis? ‘O teu corpo é teu’, eis a fórmula do futuro.

Servidão à prole, testemunha importuna que prejudica as evoluções sentimentais. Vamos lá, que ainda assim haja ‘o único’ para perpetuar o nome. Mas para longe com os múltiplos nascimentos que impõem abnegação onde tudo deve ser licença!

Servidão à educação. O Estado que a tome à sua conta. Não é ele desde Jean Jacques Rousseau, o pai universal encarregado da fiscalização da raça?

Servidão à autoridade do marido. No entender de certo feminismo, as fronteiras dos sexos desapareceram. O tipo da ‘mulher perfeita’ é doravante o do ‘homem falhado’.

O prazer em comum, o egoísmo absoluto dos cônjuges, a aventura precária, eis o que a nova moral sem obrigação nem sanção põe no lugar do compromisso estável e do dom pessoal. Julio Basilio Guesde dava disto a definição quando dizia impudentemente no seu ‘Catecismo Socialista’ publicado em 1878: ‘Deverá conservar-se a Família? Não, pois foi até agora uma das formas da propriedade e não a menos odiosa...Tanto o interesse da espécie como dos elementos que entram na composição da família, exigem que esse estado de coisas desapareça.” (...)

O humanismo desaparece ante a sensualidade. O sombrio destino do lar de Karl Marx não será um pálido símbolo desta desolação do lar? Das três filhas do mestre do socialismo, duas acabaram pelo suicídio, a primeira por ter suportado os maus tratos de um discípulo do seu próprio pai, para mais entusiasta de Darwin, a segunda por ter ligado a sua sorte à de um militante francês, Paulo Lafargue que se envenenou com ela deixando estas palavras de explicação: ‘Morremos porque a vida já não tem alegrias para nos dar’. A frase é significativa da desorientação das almas sem Deus. As alegrias expulsaram a alegria; os amores expulsaram o amor. Sob o aspecto elegante de uma civilização refinada, este mundo onde a gente se diverte, apenas serve para se morrer sufocado. (...)

Sobre os escombros do solar antigo instalou-se a estatolatria condenada por Pio XI. Fala-se hoje muito de cruzada em favor dos direitos da pessoa humana. Não será o lar o berço e o centro da vida pessoal? Arruinado o lar, ficou apenas frente a frente o indivíduo-átomo e o Estado-Moloch que o subjuga e o devora. Só a família pode resistir a esse poder totalitário que o próprio Nietzsche denominava um dia “o mais frio dos monstros frios”. Ou ‘regresso à família’ ou ‘Tudo para o Estado’, não há outra alternativa. Pio XII afirma-o quando reivindica, nas suas mensagens, ‘o espaço vital da família’”. 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

107ª Nota - A Coruja e o Rouxinol

DA NATUREZA E FINALIDADE DO CANTO


“Coruja, tu me perguntas”, disse o rouxinol, “se nada mais sei fazer além de cantar no verão, trazendo alegria a todos. Por que indagas sobre os meus dons? Meu único dom é melhor que todos os teus; um canto da minha boca é melhor que tudo aquilo que a tua espécie jamais conheceu. E ouve, vou dizer-te por quê. Sabes para que nasceu o homem? Para a ventura do reino celestial, onde há sempre canto e também alegria; para lá vai todo homem que conhece algo de bom. Por isso os homens cantam na santa Igreja e os clérigos compõem cânticos; para que o homem se lembre, através do canto, do lugar para onde deverá ir e longamente ficar, para que não esqueça a alegria, mas pense nela e a alcance, aceitando o ensinamento da Igreja sobre quão jubilosa é a ventura do céu. Clérigos, monges e cônegos, lá onde há comunidades religiosas, levantam-se à meia-noite e cantam a luz celeste; e em toda parte a cantam padres quando se levanta a luz do dia. E eu os ajudo no que posso, cantando com eles noite e dia; e graças a mim todos eles se alegram mais e se dispões melhor para o canto. Alerto os homens para o próprio bem, para que exultem nos seus corações, e peço-lhes que procurem aquele mesmo canto que é eterno.”


Da réplica da Coruja:
“Mas eu te refuto também por outros motivos: pois, quando pousas no teu galho, atrais os homens para a luxúria da carne, sempre que ouvem os teus cantos. Desprezas toda a alegria celeste, porque dela não tens qualquer noção; sabes apenas cantar a lascívia, pois em ti não existe nenhuma santidade; e ninguém há de confundir os teus trinados com o que o padre canta na igreja. Mas vou falar-te sobre outra coisa para ver se és capaz de explicá-la: por que não cantas para outros povos, que do canto têm mais necessidade? Jamais cantas na Irlanda, nem vens nunca para a Escócia. Por que não viajas para a Noruega, nem cantas para os homens de Galloway? Lá vivem pessoas que pouco sabem do cantar que existe sob o sol. Por que não cantas lá para os padres, ensinando-lhes os teus trinados e mostrando-lhes, com as tuas notas, como cantam os anjos do céu? Comportas-te como uma fonte inútil, que brota junto a um rio impetuoso e deixa seca a encosta, enquanto corre sem serventia para a planície. Eu, porém, viajo para o norte e para o sul, e sou conhecido em todas as terras; leste e oeste, longe e perto, cumpro bem o meu dever, alertando os homens com os meus gritos, para que não os seduza o teu canto enganoso. Advirto os homens com o meu canto para que deixem o pecado; peço-lhes que não continuem iludindo a si mesmos, pois é melhor chorar aqui que ser depois companheiro dos demônios.”

http://excerptos.blogspot.com.br/2012/04/coruja-e-o-rouxinol.html

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

106ª Nota - Obrigações dos chefes de família


1- Sustentar a família conforme o próprio estado;
2- Não dissipar os bens da família em jogos nem em vaidades;
3- Pagar pontualmente o ordenado aos empregados;
4- Vigiar sobre os costumes de seus filhos e dependentes;
5- Procurar que frequentem a palavra de Deus e os santos Sacramentos;
6- Corrigi-los com prudência;
7- Castigá-los sem paixão de ira;
8- Tratá-los com benevolência;
9- Tê-los ocupados;
10- Assisti-los em suas doenças;
11- Edificá-los com o bom exemplo;
12- Encomendá-los a Deus, e proporcionar-lhes bons mestres, patrões etc;
13- Procurar a devida separação entre filhos e filhas, e pessoas de diferente sexo;
14- Não admitir pessoa alguma que possa, com suas conversações, ou de qualquer outra maneira, ser motivo de escândalo à família.
(Santo Antônio Maria Claret)

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

105ª Nota - Intenções do Soberano Pontífice


A exaltação da Santa Igreja Católica;
A propagação da fé;
A extirpação dos cismas e das heresias;
A conversão dos pecadores;
A paz e a concórdia entre os príncipes cristãos;
As outras necessidades do Cristianismo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

104ª Nota - Assim deve ser o católico


Em todos os teus atos, em todas as tuas obras e em tua conversação, imita os bons, emula os santos. 
Considerai com atenção os exemplos dos justos, e procura imitá-los. 
Não finjas uma vida de santidade. Sê de fato tal como te apresentas. Demonstra o que és, não somente por tua postura, mas também por teu procedimento. 
Veja-se em tua apresentação a simplicidade, em teu movimento a pureza, em teu gesto a gravidade, em teu porte a honestidade. 
Não demonstres com tuas atitudes o vergonhoso, o lascivo, o petulante, o insolente, o superficial. Pois a alma transparece no aspecto do corpo. A atitude do corpo é símbolo da mente, o gesto do corpo desvela o estado da alma. Por conseguinte, teu andar não represente a superficialidade, tua conduta não ofenda o teu próximo. 
Não te prestes a ser espetáculo para os outros, não permitas que te denigrem, não te unas a pessoas vãs. 
Evita os maus, acautela-te contra os iníquos, rechaça os indolentes, foge dos ímprobos, expulsa os preguiçosos. 
Afasta-te das turbas de homens, mormente daqueles que por sua idade são mais propensos aos vícios. 
Une-te aos bons, deseja a sua convivência, busca a sua companhia. 
Adere ao homem santo. Se participares de seu convívio, participarás também de suas virtudes. Quem caminha com os sábios será sábio; quem anda com estultos, será estulto, pois os semelhantes costumam juntar-se aos seus semelhantes.
(Santo Isidoro de Sevilha. Synonyma, l. II, c.41.43-44)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

103ª Nota - Oração de Expiação


Eis-me pronto, Senhor, a dar a minha vida em homenagem a Vossa grandeza, em expiação dos meus pecados e em ação de graças por Vossos benefícios. Uno-me a Jesus crucificado e a todos os mártires para me imolar a Vossa glória, ao Vosso amor e ao Vosso beneplácito. Ó Mãe das Dores e do Perpétuo Socorro, assisti-me na vida e sobretudo na última hora. Amém!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

102º Nota - A verdadeira intolerância


"A intolerância não é estupidez ou fúria cega. Não é mesmo digno de ser intolerante quem não sabe por que deve sê-lo, quem não sabe por que o é. Intolerância é amor da verdade, e tanto da Suprema Verdade, como de qualquer verdade. É a face exterior da convicção, que por sua vez é a face interior da verdade, que, se não depende de nós para ser, só o é para nós quando a procuramos, a amamos, e sabemo-la defender."
(Jackson de Figueiredo)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

101ª Nota - Esposa e Mãe exemplar


Educada assim na virtude e na temperança, mais sujeita por ti a seus pais que por seus pais a ti, logo que chegou à idade núbil, foi dada em matrimônio a um homem, a quem serviu como a senhor. Procurou ganhá-lo para ti, falando-lhe de ti com suas virtudes, com as quais a tornavas formosa e reverentemente amável e admirável ante seus olhos. De tal modo tolerou suas infidelidades, que sobre este ponto jamais teve com ele a menor rixa, pois, esperava que tua misericórdia viria sobre ele, e que lhe trouxesse, com a fé, a castidade.
Seu marido, aliás, se por uma parte era sumamente carinhoso, por outra era extremamente colérico; mas ela tomava o cuidado de não se opor ao marido irado nem com ações, nem mesmo com palavras. Logo que o via tranquilo e sossegado, e o julgava oportuno, dava-lhe razão do que havia feito, se por acaso se tivesse irritado desmedidamente.
Muitas senhoras, que tinham maridos mais calmos, traziam no rosto as marcas de golpes que as desfiguravam. Conversando entre amigas punham-se a murmurar sobre a conduta dos maridos. Minha mãe acusava-lhes a língua, e, como por gracejo, lembrava-lhes que, desde que ouviram a leitura do contrato matrimonial, deviam considerá-lo como documento que as tornava servas, e que a lembrança de sua condição, proibia-lhes de se mostrarem altivas diante de seus senhores. Essas senhoras, que conheciam a ferocidade de seu marido, admiravam-se de que jamais ninguém tivesse ouvido ou percebido por nenhum indício que Patrício maltratasse a mulher, nem sequer que algum dia se tivessem desentendido em alguma discussão. E como lhe pedissem familiarmente, a razão disso, minha mãe ensinava-lhes como agia habitualmente, que é como disse acima. As que a imitavam, fazendo a experiência davam-lhe graças; as que não a seguiam, escravizadas, continuavam a sofrer humilhações e sevícias.
Sua sogra, a princípio irritara-se contra ela por causa dos mexericos de criadas malévolas. Mas conseguiu vencê-la de tal modo com favores, contínua tolerância e mansidão, que ela mesma, espontaneamente, denunciou ao filho as línguas intrigantes das criadas, que perturbavam a paz doméstica entre ela e a nora, e pediu que as castigasse. Ele, para agradar a mãe e conservar a disciplina familiar e a harmonia entre os seus, mandou açoitar as acusadas, segundo a vontade da acusante, e esta lhes declarou que esse era o prêmio que devia esperar dela quem, pretendendo agradá-la, lhe dissesse algum mal da nora. E como ninguém mais se atrevesse a fazê-lo, viveram as duas em doce e memorável harmonia.
A esta tua boa serva, em cujas entranhas me criaste, ó meu Deus, minha misericórdia, dotaste de outra grande virtude: a de intervir como pacificadora, sempre que podia, nas discórdias e querelas. Em vão ouvia ele uma e outra parte essas queixas amargas, vomitadas por uma animosidade cheia de ressentimentos, quando na presença de uma amiga os ódios mal digeridos se desafogam em amargas confidências a respeito de uma amiga ausente, pois, ela nada referia de uma à outra, senão o que poderia servir para uma reconciliação.
Pequeno bem me pareceria este, se uma triste experiência não me houvesse dado a conhecer uma multidão de pessoas – por não sei que horrível contágio de pecados, espalhados por toda parte – que não só revelam as palavras pesadas de inimigos irados, mas que ainda acrescentam coisas que não foram ditas. Um homem verdadeiramente humano deveria considerar pouco o não excitar nem aumentar as inimizades dos homens, se não procura antes extingui-las falando bem.
Tal era minha mãe, ensinada por ti, mestre interior, na escola de seu coração. Por último, conseguiu também conquistar para ti a seu marido no fim da vida, não tendo que lamentar no cristão o que havia tolerado no infiel.
Ela era também a serva de teus servos, e todos os que a conheciam te louvavam, honravam, amavam muito em sua pessoa, porque percebiam tua presença em seu coração, comprovada pelos frutos de uma vida santa.
Havia sido mulher de um só homem, saldara para os pais sua dívida de gratidão, governara sua casa piedosamente e tinha o testemunho de suas boas obras. Educara os filhos, dando-os à luz tantas vezes quantas os via apartarem-se de ti.
Quanto a nós, Senhor, que nos chamamos teus servos por tua permissão, nós, que vivemos em comum na graça de teu batismo, antes de adormecer em tua paz, ela cuidou de nós como se todos fossemos seus filhos, e de tal modo nos serviu como se fosse filha de cada um de nós.
(Santo Agostinho, As Confissões)
http://excerptos.blogspot.com.br/p/esposa-e-mae-exemplar.html

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

100ª Nota - Sinagoga de Satanás


Há duas histórias: a oficial, que é mentirosa, e a secreta, em que estão as verdadeiras causas dos acontecimentos. (Honoré de Balzac, em “Les Illusions Perdues”, Tomo III)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

99ª Nota - Oração composta por Jackson de Figueiredo


Senhor! Eu temo a tua justiça e vivo assombrado da tua bondade. Quem sou eu, que tenho feito nos pés da tua clarividência? 
Eu posso repetir a palavra de meu irmão: sou uma miséria dos pés à cabeça, sou uma lástima viva. Qual foi o momento em que tive coração digno de Ti? Por que me proteges, Senhor? 
Eu só vejo a face exterior da vida. Mas quantos sofrimentos tenho visto! Homens que julgo melhores do que eu tenho visto rolarem de infortúnio em infortúnio... 
E por que me deste tudo Deus de justiça? E por que fechaste o círculo da minha ambição? Eu não desejei fortuna; desejei amar e ser amado. E tu não pedes outra coisa, e concedeste-me esta graça. A Jó experimentastes, pesadamente - tinha ele o corpo em chagas, perdera todos os bens e chasqueou da sua miséria a mulher a quem amava. Eu tenho o meu coração guardado num coração maior do que o meu. Deus de misericórdia, fio que não me experimentes também. Eu sei que a felicidade é às vezes mais perigosa que o pesar. 
Tudo dorme em derredor de mim. Lá fora, porém, clamam os grandes ventos que soltaste e não tarda talvez que a tempestade se desencadeie. Eu tenho o coração angustiado. Está longe de mim a graça que me concedeste. Tenho medo, Senhor, estou sozinho. Jesus Cristo tenha pena de mim! A Virgem Santíssima tenha misericórdia de mim!
Senhor! Eu temo a Tua justiça. Senhor eu vivo assombrado de tua bondade. Meu Jesus Cristo! Minha Santa Maria, tenha piedade de mim! 

(Composta por Jackson de Figueiredo e enviada para sua Laura na noite de 20/2/1919)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

98ª Nota - A Unidade não está por cima da Verdade


O grande perigo, que ameaça hoje os católicos e a uma ampla parte da hierarquia, é o desejo de conciliar coisas que são inconciliáveis. (...)

Alguns, com efeito, não se dão conta de que declarando: “Devemos abandonar o gueto católico e adotar uma atitude mais positiva com relação ao mundo”, abrem a porta ao diabo, que os conduz a não ver já o contraste, irreconciliável e sem fim, entre o espírito de Cristo e o espírito do mundo. (...)

A unidade não está por cima da verdade.

Uma tendência muito estendida é a que põe a comunidade por cima da verdade; isso leva a considerar a unidade mais importante que a verdade e a temer mais o cisma que a invasão do erro e da heresia na Igreja. Considerando essencial a paz dos crentes, se verdadeiros discípulos de Cristo alçam a voz, para defender o depósito da fé católica contra as falácias de novas interpretações que despojam de seu conteúdo sobrenatural a mensagem do Verbo encarnado, são considerados por muitos prelados como perturbadores incômodos.

Toda unidade entre crentes, se obtém a expensas da verdade, não é somente uma pseudounidade; em sua essência mais profunda é uma traição a Deus. Se coloca a fraternidade social, o viver bem juntos e o não molestar ninguém por cima da fidelidade a Deus. Essa é precisamente a atitude contrária a todos os grandes adversários do arianismo: de um Santo Atanásio, de um Santo Hilário de Poitiers.

Ninguém, como Pascal, desmascarou tão clara e profundamente o falso irenismo que põe a unidade acima da verdade. Escreve: “Não se vê com claridade que, como é um crime perturbar a paz quando reina a verdade, também o é permanecer em paz quando se destrói a verdade? Há, pois, um tempo em que a paz é justa e outro em que é injusta. Está escrito que “Há tempo de paz e tempo de guerra”: é o interesse da verdade o que os discerne. Porém, não há tempo de verdade e tempo de erro; está escrito, ao contrário, que “a verdade de Deus permanece eternamente”. Por isso, Jesus Cristo, que disse que veio para trazer a paz, disse também que veio para trazer a guerra; porém, não disse que veio para trazer a verdade e a mentira. A verdade é, portanto, a primeira regra e o último fim de todas as coisas.” (Pensées, 949)

Dietrich von Hildebrand, publicado em “France Catholique”, 21/4/1972, e em “Iglesia-Mundo”, 8/12/1973. 
http://statveritasblog.blogspot.com.br/

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

97ª Nota - A propósito do "mal menor" - Argumento tão usado por alguns em face das eleições



O princípio moral de que é lícito eleger um mal menor vale em determinados casos, por exemplo, no da legítima defesa, servato moderamine inculpatae tutelae (...). Não vale em todos os casos. (...).

No caso de erro, não se pode eleger o “menor erro”. Qual é o menor erro? Porventura o erro mesclado com verdades? Esses são os mais perniciosos (...). O liberalismo é um erro. Posso eleger o liberalismo para afastar o comunismo? Não! Devo rechaçar ambos. O erro é o mal maior do homem. O liberalismo é pecado, escreveu dom Sardá y Salvany (...).

Se há discussão entre sete homens, um dos quais diz que dois mais dois são quatro, outros três dizem que dois mais dois são cinco, e os três restantes que dois mais dois são quatrocentos, deverá o primeiro pôr-se a favor dos que afirmam cinco porque é um erro menor?

Padre Leonardo Castellani, “El mal menor”, 1958

http://statveritasblog.blogspot.com.br/2015/12/a-proposito-del-mal-menor-argumento-tan.html

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

96ª Nota - Grande Alegria é ter uma família tradicional


Como é prazeroso voltar para casa após o trabalho e ser recebido pela esposa e filhos.
Quão grande é a bondade divina em nos dar tamanha alegria.
Dai ao Brasil, Jesus, Maria e José, santas famílias!